quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Teoria das Inteligências Múltiplas

O que é esta teoria, o criador Howard Gardner, quais são as inteligências, capacidades e habilidades, psicologia



Cérebro humano: capacidade de desenvolvimento de inteligências múltiplas
Cérebro humano: capacidade de desenvolvimento de inteligências múltiplas

O que é origem da teoria 

A teoria das inteligências múltiplas foi desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Howard Gardner. Depois de muitos anos de pesquisas com a inteligência humana, o psicólogo concluiu que o cérebro do homem possui oito tipos de inteligência. Porém, a maioria das pessoas possui uma ou duas inteligências desenvolvidas. Isto explica porque um indivíduo é muito bom com cálculos matemáticos, porém não tem muita habilidade com expressão artística. De acordo com Gardner, são raríssimos os casos em que uma pessoa possui diversas inteligências desenvolvidas. Podemos citar Leonardo da Vinci como um destes casos raros de genialidade. Ele foi um excelente pintor, botânico, matemático, anatomista e inventor. Por outro lado, o psicólogo afirma que são raros também os casos em que uma pessoa não possui nenhuma inteligência.

Gardner ainda afirma que estas inteligências apresentam-se de duas formas. Algumas pessoas já nascem com determinadas inteligências, ou seja, a genética contribui. Porém, as experiências vividas também contribuem para o desenvolvimento de determinadas inteligências. 

Os estímulos e o ambiente social são importantes no desenvolvimento de determinadas inteligências. Se uma pessoa, por exemplo, nasce com uma inteligência musical, porém as condições ambientais (escola, família, região onde mora) não oferecem estímulos para o desenvolvimento das capacidades musicais, dificilmente este indivíduo será um músico.

As inteligências são:

· Lógica – voltada para conclusões baseadas em dados numéricos e na razão. As pessoas com esta inteligência possuem facilidade em explicar as coisas utilizando-se de fórmulas e números. Costumam fazer contas de cabeça rapidamente.

· Lingüística – capacidade elevada de utilizar a língua para comunicação e expressão. Os indivíduos com esta inteligência desenvolvida são ótimos oradores e comunicadores, além de possuírem grande capacidade de aprendizado de idiomas.

· Corporal – grande capacidade de utilizar o corpo para se expressar ou em atividades artísticas e esportivas. Um campeão de ginástica olímpica ou um dançarino famoso, com certeza, possuem esta inteligência bem desenvolvida.

· Naturalista – voltada para a análise e compreensão dos fenômenos da natureza (físicos, climáticos, astronômicos, químicos).

· Intrapessoal – pessoas com esta inteligência possuem a capacidade de se autoconhecerem, tomando atitudes capazes de melhorar a vida com base nestes conhecimentos.

· Interpessoal – facilidade em estabelecer relacionamentos com outras pessoas. Indivíduos com esta inteligência conseguem facilmente identificar a personalidade das outras pessoas. Costumam ser ótimos líderes e atuam com facilidade em trabalhos em equipe.

· Espacial – habilidade na interpretação e reconhecimento de fenômenos que envolvem movimentos e posicionamento de objetos. Um jogador de futebol habilidoso possui esta inteligência, pois consegue facilmente observar, analisar e atuar com relação ao movimento da bola.

· Musical – inteligência voltada para a interpretação e produção de sons com a utilização de instrumentos musicais.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

MPF denuncia 12 professores da Unirio por fraude em convênios de R$ 17 milhões com a Petrobras

Além da ação criminal, ex-reitora e 11 servidores responderão por improbidade administrativa
POR LAURO NETO
28/08/2015 16:59 / ATUALIZADO 28/08/2015 20:28
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SÃO PAULO - O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ) denunciou criminal e civilmente a ex-reitora da Unirio, Malvina Tania Tuttman e outros 11 servidores da universidade por irregularidades em convênios de R$ 17 milhões com a Petrobras (inicialmente, o MPF divulgara o valor de R$ 25 milhões, mas, alertado pelo GLOBO, corrigiu a informação).

Os 12 denunciados responderão pelo crime de dispensa indevida de licitação (pena de 3 a 5 anos de detenção) e pelo ato de improbidade administrativa (dentre outras sanções previstas no art. 10 da Lei 8.429/92, eles podem perder os cargos públicos e terem que ressarcir os cofres públicos).

O caso foi denunciado em abril pelo GLOBO dentro da série “Universidades S/A”, publicada simultaneamente pelos jornais “O Estado de S. Paulo”, “Diário Catarinense”, “Zero Hora” e “Gazeta do Povo”.

Além da ex-reitora, os servidores que estariam envolvidos no esquema são:

Wanise Lins Guanabara, pró-reitora administrativa à época da assinatura dos contratos; os médicos José Cortines Linares (presidente da Funrio) e Azor José de Lima (secretário-executivo da fundação); e os professores e pesquisadores Cláudia Cappelli Alo, Fernanda Araújo Baião, Flávia Santoro, Renata Mendes de Araújo, Andrea Magalhães Magdaleno, Hadeliane dos Santos Iendrike, Vanessa Tavares Nunes e Leonardo Guerreiro Azevedo.

Confira a íntegra da denúncia criminal e da ação de improbidade administrativa. Autor da denúncia e da ação, o procurador Leandro Mitidieri Figueiredo afirma que não restam dúvidas sobre a ação dos envolvidos no esquema.

- Fartam provas contra as pessoas que denunciei. Não há nenhuma dúvida em termos de jurisprudência quanto à configuração dos crimes. Estou convencidíssimos. Comprovado o que alego nas duas peças, não há nenhuma controvérsia. São dois entes buscando o mesmo objetivo (Unirio e Funrio). Não tem uma prestação e contraprestação de serviços. A Funrio, que não tem nada a ver com o objeto do convênio, subcontrata entidades particulares. Fica claro que são as empresas dos professores e pesquisadores, que criaram esse sistema para que os recursos chegassem até eles. Não há como justificar que não tenha havido licitação porque são recursos públicos - explicou Mitidieri ao GLOBO.

Inocentada em PAD, Malvina Tuttman se surpreende com notícia

Inocentada num processo administrativo disciplinar (PAD) da Unirio, a professora Malvina Tuttmana, ex-reitora da Unirio e ex-presidente do Inep, foi supreendida com a notícia dada pelo GLOBO sobre a denúncia feita pelo MPF :

- Estou surpresa. Não quero que uma inverdade como essa manche minha carreira. É muito ruim, num momento crítico como o que a Petrobras enfrenta, o nome de uma pessoa como eu, que sempre prezou pela transparência, seja associado a qualquer irregularidade. Isso é uma questão de honra para mim. A coisa que mais sou é honesta. Não tenho nenhum envolvimento com isso. Fui convidada a prestar esclarecimentos duas vezes pela comissão de sindicância da Unirio, forneci informações e não teve nanhum problema. No PAD da Unirio não fui indiciada. Ele foi encerrado e não tive problema nenhum. Não havia nada apontando a mínima indicação em suspeição do meu nome - disse Malvina ao GLOBO.

Segundo o MPF, as irregularidades começaram em 2008, quando, por 19 vezes, foi dispensado indevidamente processo licitatório na execução de Termo de Cooperação Científica com a Petrobras. O contrato inicial no valor de R$ 8.581.000,00 era para a capacitação e desenvolvimento de metodologias e técnicas de modelagem de processos de negócio e de administração de dados para a Gerência Setorial de Dados e Informações de E&P, setor da Petrobras. Dois anos depois, foi celebrado um termo aditivo no contrato de mesmo valor, toatalizando R$ 17.163.000,00.

A reitoria transferiu todas as obrigações do Termo de Cooperação para a Funrio, apesar da fundação de apoio ser ligada à área médica (gestão do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle), enquanto o objeto do contrato era da área de tecnologia. “Desde o início, a Unirio seria a provedora do nome e o canal dos recursos financeiros, enquanto a Funrio seria apenas o instrumento para viabilizar o pagamento aos professores e pesquisadores (às suas empresas), que não poderiam receber diretamente da universidade a qual são vinculados”, detalha a ação do MPF.

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Como gestora do contrato, a Funrio subcontratou indevidamente 12 empresas privadas, sem processo licitatório, totalizando 19 dispensas de licitação indevidas. As irregularidades ficaram mais evidentes quando foram contratadas empresas de professores e pesquisadores bolsistas do termo de cooperação, bem como a gestora do contrato (professora de dedicação exclusiva) era sócia de uma das empresas subcontratadas. Além dessas fraudes, houve contratação de empresas de parentes de professores bolsistas e de empresas que tinham o mesmo endereço, bem como selecionaram bolsistas dentre professores com dedicação exclusiva.

“Não há como conceber que o objetivo do esquema, qual seja, a contratação dos professores e pesquisadores da universidade com os recursos da Petrobras, pudesse ser alcançado sem a ação articulada e consciente dos dirigentes da Unirio e da Funrio. Ao contrário, a Reitoria tinha ciência e concordou com a participação dos professores e com a sistemática de pagamentos, previamente aprovando-os”, aponta o procurador Leandro Mitidieri Figueiredo, autor da denúncia e da ação de improbidade administrativa.

O GLOBO entrou em contato com Wanise Lins Guanabara, José Cortines Linares e Azor José de Lima, mas eles não quiseram se manifestar. Já o escritório Chediak Advogados, que defende Cláudia Cappelli Alo, Fernanda Araújo Baião, Flávia Santoro e Renata Mendes de Araújo, não retornou as ligações. Andrea Magalhães Magdaleno, Hadeliane dos Santos Iendrike, Vanessa Tavares Nunes e Leonardo Guerreiro Azevedo não foram localizados.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/mpf-denuncia-12-professores-da-unirio-por-fraude-em-convenios-de-17-milhoes-com-petrobras-17339450#ixzz3kRAr2sxv
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Fale com a Secretaria de combate a opressões do Sindipetro-RJ

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natalia.sindipetrorj@gmail.com ,charles.sindipetro@gmail.com

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Texto Secretaria de Opressões: diretores Natália Russo e Charles Vieira

Secretaria de Combate a Opressões - Sindipetro-RJ

Fale com a secretaria aqui.

A adoção de cotas Raciais em concursos públicos. A lei que estabelece 20% de cotas para negros pode mudar o perfil social da PETROBRAS a partir do próximo concurso. O tema das cotas talvez seja um dos mais polêmicos na sociedade. Geralmente, todos têm uma opinião. Os diretores Natália Russo e Charles Vieira (diretores Natália Russo e Charles Vieira: natalia.sindipetrorj@gmail.com ,charles.sindipetro@gmail.com), da Secretaria de Combate às Opressões, sempre se posicionaram a favor das cotas raciais por entenderem que essa é uma política paliativa, mas importante como ação afirmativa para combater a desigualdade social e o racismo.

Tratar de maneira diferenciada um grupo que estruturalmente teve e tem menos oportunidades e, por isso, está em desvantagem, é uma busca por diminuir as desigualdades.

Não é um privilégio dado à população negra. É a realização do princípio da equidade com o reconhecimento por parte do Estado do racismo existente, que é histórico e profundo. Sequer seria uma diminuição dos negros, como afirmam alguns. Negros e brancos têm a mesma capacidade intelectual. Isso é óbvio. A grande diferença está no histórico impedimento de acesso aos direitos e serviços e no consequente abismo social. Talvez isso não seja tão claro no Brasil, porque o preconceito não foi explicitamente institucional, como no Apartheid. Além disso, a miscigenação e o mito da democracia racial encobriram demandas retraídas. No entanto, se pode perguntar para qualquer negro pobre, que tenha amigos brancos da mesma faixa de renda, se existe preconceito de cor, que, com certeza, em sua maioria responderão que sim. Há mais dificuldade de promoção, de emprego e ainda são taxados como feios e sujos. Em outros países, como os Estados Unidos e até na África do Sul (país do Apartheid), políticas de ação afirmativa foram implementadas muito antes do que no Brasil.

As cotas são uma conquista do movimento negro, de lutadores e pesquisadores que souberam fundamentar essa demanda. Agora é lei, inclusive para concursos.

Esperamos que a PETROBRAS, que tem um Selo de Pró-equidade de gênero e raça, receba bem os cotistas. Essa será a nossa cobrança. Afinal, independente de posição contrária ou a favor das cotas, o fato é que no próximo ano teremos muito mais negros entrando na empresa. Eles irão sofrer preconceito?

A Petrobras deveria preparar palestras e cursos para líderes e força de trabalho instigando à reflexão sobre o racismo?

Devemos estar juntos e atentos contra todas as posturas discriminatórias, inclusive as que vierem a se dar em relação aos cotistas. Em poucas linhas, apresentamos nossa visão mais geral sobre o tema, pois não há momento mais oportuno que o Mês de novembro, da Consciência negra, para provocar a discussão.

domingo, 30 de agosto de 2015

Enquete a la Loomio

Você é a favor de reunião de colegiado sindical ao vivo, on line e interativa?

[polldaddy poll=9049575]

Coloque sua posição explicitamente nos comentários. Por exemplo:

  • para a interatividade deve-se usar o whatsapp

  • Acho que so deve ser ao vivo o que for público

  • etc


de uma breve explicação sobre sua escolha, se desejar

Declarar sua posição





Quando você está pronto para dar a sua opinião, clique em um dos quatro botões de decisão sob a proposta:



yes iconDe acordo significa que você está satisfeita/o com a proposta.

abstain iconAbstenção significa que você está insegura/o, ou que você não se importa se o grupo decidir sem você.

no iconDesacordo significa que você acredita que deve haver uma alternativa melhor, mas que está disposta/o a aceitar a decisão da maioria.

block iconBloqueio significa que você tem sérias objeções à proposta e ficará muito insatisfeita/o se ela for aprovada.







Quando você tiver selecionado a sua posição, você será solicitado a dar uma breve explicação sobre porque você acha


sábado, 29 de agosto de 2015

Versão Beta

A versão beta é a versão de um produto (geralmente software) que ainda se encontra em fase de desenvolvimento e testes e são disponibilizados para que os usuários possam testar e eventualmente, reportar bugs para os desenvolvedores. No entanto, esses produtos muitas vezes são popularizados bem antes de sair a versão final.

Na prática, sempre que um programa é lançado em versão Beta, significa que o próprio desenvolvedor admite que o programa ainda não está pronto e pode ter problemas, porém já está em um nível decente para a utilização, mesmo que sem nenhuma garantia.

A ideia é usada há muito tempo na computação, com as versões beta e alfa (as alfa são ainda mais inacabadas e geralmente lançadas em caráter meramente experimental) os usuários podem experimentar e testar características novas e detalhes das novas versões, enquanto os desenvolvedores recebem informações valiosas sobre como o novo produto\versão deve ser melhorado, já que as pessoas que usaram aquela versão de testes podem apontar facilmente o que gostaram e não gostaram ou dar uma opinião sobre o que pode ser mudado.

Jogos eletrônicos[editar | editar código-fonte]


Geralmente, em jogos eletrônicos, principalmente do gênero MMORPG, têm-se as terminologias Closed Beta (CB) e Open Beta (OB), que se referem à fase em que somente alguns jogadores poderão testar o jogo em versão beta, em uma fase mais fechada (daí o nome "closed", do inglês "fechado"), e à fase em que ainda não está completa, mas é aberta para todos (daí o nome "open", do inglês "aberto"). Em versões "closed" geralmente quem os testa são os administradores, criadores do jogo ou jogadores selecionados por meio de inscrição ou até mesmo sorteio.

Vc é a favor de eleições proporcionais no sindicato?

Eleição por proporcionalidade de chapa é cada chapa ter no colegiado um numero de vagas proporcional aos votos recebidos.
exemplo (supondo um colegiado de 100 pessoas)
chapa    votos   vagas
====================
chapa 1  30 %  30
chapa 2  50 %  20
chapa 3  15 %   15
chapa 4  4,7 %   5
chapa 5  0,3 %   0

[polldaddy poll=9048610]

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Autoritário

Que usa com rigor de toda a sua autoridade: um diretor autoritário.
Que não admite contradição: um caráter autoritário.
Absoluto, despótico, imperioso.

 



Clique aqui se você CONCORDA com essa definição!  21 sobe, 4 desce Clique aqui se você NÃO CONCORDA com essa definição!

2. Autoritário




Por (SP) em 08-03-2010


Aquele que se autorita de tudo, quer mandar em tudo e em todos.


O meu chefe é muito autoritário




Uma saída imediata para superar a crise da Petrobras e do Brasil


27/08/2015 - 17:04:35
Meses atrás escrevi “meu último artigo sobre política econômica antes do grande desastre”. Retomo agora minha colaboração. É que chegou o grande desastre, cuja principal virtude é nos confrontar com fatos, e não com ideologia. Não há, hoje, nenhuma pessoa que tenha um mínimo de discernimento que acredita no sucesso da política econômica de Joaquim Levy.

Ela é a expressão acabada de um favorecimento sórdido aos banqueiros, os únicos que apresentaram lucros trimestrais gigantescos enquanto a Nação afunda.

Entretanto, não me interessa agora empilhar xingamentos. Isso está sendo feito com regularidade pela esmagadora maioria dos economistas e políticos progressistas, e mesmo por alguns conservadores que estão assustados com a dimensão do desastre.

Chegou a hora de contribuir de alguma forma para a solução desta que já é a maior crise de nossa história. Em toda minha vida, como jornalista, como economista e como professor, procurei sempre ter uma postura propositiva. Às vezes ataquei, sim, mas foi no estrito interesse público.

Esse desastre em que estamos tem saída. Curiosamente, é uma saída simples. Na verdade, é uma saída que repete iniciativa já adotada no Governo Lula para o enfrentamento da crise de 2008. Como o foco do desastre agora é a Petrobras e a cadeia do petróleo, é aí o ponto a atacar.

Ajudei o senador Roberto Requião a formular um projeto que consiste em autorizar o Tesouro Nacional a fazer um empréstimo ao BNDES para que ele financie a Petrobras no montante necessário para que volte aos níveis de investimentos do ano passado.

A Petrobras emitiria debêntures para dar em garantia ao BNDES.

E usaria os recursos assim obtidos para irrigar toda a cadeia produtiva do petróleo que lhe está associada por contratos de fornecimento e de construção, inclusive de navios plataformas, pagando imediatamente os atrasados. Claro, a preliminar indispensável para isso é que o governo faça imediatamente uma reestruturação radical do sistema de governança da Petrobras, a qual deve servir de exemplo para o resto da administração indireta. Já as empresas privadas envolvidas em falcatruas devem pagar indenizações e multas, mas sem declaração de inidoneidade para operar com o setor público, pois isso as destruiria.

O fundamento desse projeto, como disse, foi a operação de 2009/10.

Na época, o Governo Lula autorizou o Tesouro a emprestar R$ 180 bilhões ao BNDES para que ele salvasse o sistema produtivo, sobretudo privado, do grande apetite dos banqueiros que decidiram estancar-lhe o crédito. Também agora o sistema bancário privado, sobretudo o internacional, quer arrancar o couro da Petrobras em termos de taxa de juros a pretexto de que perdeu grau de investimento.

O importante a notar é que, no médio prazo, nos dois casos, não há real aumento da dívida pública: o aumento inicial é logo compensado pelo crescimento econômico em face da redução da relação dívida/PIB, como em 2010.

Colaborei também com o senador Paim no sentido de elaborar um projeto que, a fim de eliminar ambiguidades jurídicas da Lava Jato, discrimine claramente na lei empresário de empreiteira. A investigação e os processos-espetáculo da Lava Jato encharcaram a sociedade brasileira de ódio contra as empreiteiras, confundindo pessoa jurídica com pessoa física. Empresa, conceitualmente, é um ente social, um instrumento de realização de riqueza por meio do trabalho contratado. Não se pode criminalizar esse instrumento.

É claro que empresários e executivos que tenham cometido irregularidades devem pagar pelo que fizeram.

Mas da mesma maneira que uma faca, instrumento de descascar legumes, não é culpada quando alguém a maneja para um crime, empresa não pode ser destruída porque seus gestores cometeram infrações. A grande fonte de desemprego que ocorre atualmente na área do petróleo e afins, ameaçando atingir cerca de 500 mil direta e indiretamente, é justamente a ausência de uma definição legal clara que separe essas duas entidades, a empresa e o empresário.

A “vingança” que se prepara contra os empresários ultrapassa o razoável. Fala-se em encampação das ações majoritárias das empreiteiras para dar o controle ao Estado que depois as colocaria no mercado para venda. É um despropósito completo. Não existe encampação pura e simples no nosso sistema jurídico.

Há desapropriação por interesse público. Isso requer fundamentação e indenização. Então o Estado vai desapropriar o controle das empreiteiras envolvidas na Lava Jato e pagar a indenização devida? De quanto? Que lógica há nisso?

Mas há outras questões de caráter prático que devem ser consideradas. Empreiteira é uma empresa especial. Seus donos correm os maiores riscos no sistema capitalista, a saber, risco ambiental, risco financeiro, risco social, risco trabalhista, risco arqueológico, risco histórico, risco de atrasos nos pagamentos do Estado. Quem vai correr esses riscos, e em nome de quem, no caso de uma desapropriação do controle? Uma siderúrgica corre alguns desses riscos, de uma vez por todas; a empreiteira corre enquanto durar a obra.

A combinação do projeto Requião com o projeto Paim resolve a crise no setor petróleo e, considerando que a cadeia do petróleo arrasta cerca de 20% da economia – do estaleiro ao botequim junto dele – funcionaria como força de arraste da economia brasileira.

Mantenho a avaliação que fiz anteriormente de que, juntando os efeitos da Lava Jato com os do arrocho Joaquim Levy, fecharemos o ano com uma contração próxima de 5%, e uma taxa de desemprego nas vizinhanças de 15%, em média, e de cerca de 25% para os jovens.

Mas 2016 ainda podemos salvar.

J. Carlos de Assis

Economista, doutor pela Coppe/UFRJ, autor de 20 livros sobre Economia Política brasileira e do recém-lançado Os Sete Mandamentos do Jornalismo Investigativo (ed. Textonovo).


















Meses atrás escrevi “meu último artigo sobre política econômica antes do grande desastre”. Retomo...



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Autoritarismo

Autoritarismo é uma forma de governo[1] [2] [3] que é caracterizada por obediência absoluta ou cega à autoridade,[4] oposição a liberdade individual e expectativa de obediência inquestionável da população.[5]

O sociólogo espanhol Juan José Linz, cuja descrição de 1964 do autoritarismo é influente,[6] caracterizou os regimes autoritários como sistemas políticos compostos por quatro qualidades: (1) "pluralismo político limitado, não responsável", isto é, restrições sobre as instituições e grupos políticos (como legislaturas, partidos políticose grupos de interesse); (2) legitimidade com base na emoção, especialmente a identificação do regime como um mal necessário para combater a "problemas sociais facilmente reconhecíveis", tais como osubdesenvolvimento ou a insurgência; (3) ausência de uma "mobilização política intensa ou extensa" e restrições sobre as massas (como táticas repressivas contra opositores e proibição de atividades anti-regime) e (4) um poder executivo "formalmente mal definido", ausente e instável.[7]

Distinção entre autoritarismo e totalitarismo[editar | editar código-fonte]






Francisco Franco, caudilho daEspanha entre 1936 e 1975, liderou um regime autoritário que persistiu até sua morte e a transição para a democracia







Emílio Garrastazu Médici, general que liderou o Brasil durante os anos de chumbo (1968-1974) da ditadura militar



A distinção entre ditaduras autoritárias e ditaduras totalitárias foi criada por Hanna Arendt em seu livro As origens totalitarismo. Segundo Arendt, há características comuns a ambos os tipos de regimes:

  • Subordinação dos poderes judiciário e legislativo ao poder executivo.

  • Repressão a toda e qualquer oposição política e ideológica ao governo.


Segundo Arendt, a diferença básica é que o autoritarismo tenta forçar o povo à apatia, à obediência passiva e à despolitização, enquanto o totalitarismo busca mobilizar a sociedade civil de cima para baixo, para moldá-la e impôr ao povo uma obediência ativa e militante ao status quo, condicionada pela adesão à ideologia oficial do Estado. Arendt aponta, entre as diferenças, a prática autoritária da abolição de todos os partidos políticos, sindicatos, etc., em contraste com a prática totalitária de um sistema de partido único e sindicato corporativista, comandado por um chefe carismático. Os exemplos reais de regimes totalitários identificados por Hanna Arendt são a Itália fascista, aAlemanha nazista e a Era Stálin na União Soviética.

Os modelos criados por Arendt são muito controversos, e receberam várias críticas. Sua comparação entre o III Reich e o stalinismo soviético foi criticada por concentrar-se em aspectos superficiais, como o sistema de partido único e a "ideologia oficial", e ignorar os aspectos econômicos, culturais, jurídicos e políticos que diferenciavam os dois regimes. Entre estas diferenças, há destaque para a ideologia racista, eugênia e colonialista da ditadura nazista, em contraste com as instituições do Estado multinacional da União Soviética. Outro contraste importante é a defesa da propriedade privada capitalista pelos nazistas e fascistas, em contraste com o socialismo oficial do Estado soviético.

A insistência de Arendt em fazer analogias entre o fascismo e o stalinismo soviético foi acusado de expressar um apoio implícito aos Estados Unidos na Guerra Fria. Henry Kissinger, importante líder e teórico doneoconservadorismo, recorreu à distinção entre autoritarismo e totalitarismo para justificar o apoio financeiro e militar do governo dos Estados Unidos às ditaduras de extrema-direita na América Latina, África, Ásia e Europa, acusando governos como os de Salvador Allende, Fidel Castro e Daniel Ortega de líderes totalitários.

Giorgio Agamben, em Homo Saccer e Estado de exceção, reconstrói a teoria do totalitarismo a partir do resgate da categoria de Homo Saccer, figura do Direito Romano antigo, caracterizada como excluída da comunidade humana. A peculiaridade do Homo Saccer é que ele pode ser morto ou agredido impunemente, embora não possa ser sacrificado em rituais. Segundo Agamben, o judeu sob o regime nazista e aprisionado em um campo de concentração é o arquétipo do moderno Homo Saccer. Mas o risco de tornar-se um Homo Saccer é universal, e Agamben aponta, entre os exemplos desta categoria na atualidade, os prisioneiros da base militar estadunidense de Guantánamo.

História[editar | editar código-fonte]


Segundo alguns historiadores, o termo autoritarisme surgiu logo após a queda do segundo império francês nadécada de 1870, tornando-se comum, segundo a ciência política, a partir do início do século XX.

Já na antiguidade clássica os termos oligarquia e tirania eram discutidos. Os gregos ao tratarem das teorias e organizações do estado já demonstravam sua preocupação quanto à definição do estado tirânico. Aristóteles, em Política, mostrou as primeiras tipologias que deram início à descrição dos regimes políticos existentes na sua época adotando um critério que definia a "finalidade da sociedade civil", ou, cidade-estado, definida por "(sic)...uma reunião de famílias e pequenos burgos que se associam para desfrutarem juntos uma existência inteiramente feliz e independente".

Ainda Aristóteles definiu "(sic)...que é necessário admitir, em princípio, que as ações honestas e virtuosas, e não apenas a vida comum, são a finalidade da sociedade política", demonstrou que "(sic)...De um lado existe o caráter puro e sadio da organização política, de outro, sua forma viciada e corrompida, ocorrendo o primeiro quando a autoridade suprema (individual ou coletiva) é exercida em benefício do interesse social; e o segundo, chamado degeneração, quando prevalece o interesse particular.”

Classificações segundo Aristóteles[editar | editar código-fonte]


Formas puras[editar | editar código-fonte]


Desta forma, classificou que as formas "puras" se diferenciam de acordo com a base da autoridade suprema como:

  • Monarquia é o sistema onde a autoridade é real e suprema estando nas mãos de um só.

  • Aristocracia, é o sistema onde o poder e a autoridade está nas mãos de um grupo (elite).

  • Democracia, é o sistema cuja autoridade emana das mãos da multidão, e esta é em benefício da coletividade.


Formas corrompidas[editar | editar código-fonte]


As formas "corrompidas" do poder são aquelas cujos desvios não são desejáveis e são definidas como:

  • Tirania, segundo Aristóteles a pior de todas, equivalente ao que mais tarde se chamará também autoritarismo,

  • Oligarquia, que é a degeneração da aristocracia, ou os desvios ocasionados pela aristocracia no momento em que tende a se perpetuar no poder.

  • Demagogia, considerado de todos os governos degenerados o "mais tolerável".


Pensamento/Aristotélico Segundo o pensamento aristotélico existem mecanismos que formam tanto a pureza quanto a corrupção, e que estes derivam das formas mais diversas, o que comanda porém, é o nível de pureza de caráter aqueles que assumem ao poder.

Democracia e Oligarquia[editar | editar código-fonte]


Aristóteles entendeu que a democracia e a oligarquia eram as formas mais importantes de exercício do poder porque, "(sic)...embora as diferentes funções públicas possam ser acumuladas, um mesmo cidadão pode ser concomitantemente guerreiro, lavrador, artesão, senador e juiz". Os mesmos indivíduos não poderiam estar ricos e pobres simultaneamente, pois as duas classes mais distintas no Estado são a dos pobres e a dos ricos.

Segundo o filósofo as parcelas sociais são: uma numerosa, a dos pobres; e outra pequena, a dos ricos.

Portanto, sempre haverá o enfrentamento ideológico, e o predomínio de uma ou outra das classes sociais que se manterá no poder, o oligárquico, representando aqueles que detém o poder econômico e o democrático, que em seu estado mais puro estará nas mãos daqueles que dividem o poder.

As instituições[editar | editar código-fonte]


Analisando as duas classes sociais a partir de uns subgrupos oriundos destas, Aristóteles observou as combinações e as variações do poder mais ou menos institucional conforme a predominância destas. Segundo o filósofo, "(sic)...quando se perde a soberania da lei, dá-se a degeneração plebiscitária oudemagógica, em que o povo se transforma num monarca de mil cabeças, sem conseguir se dirigir para rumo certo".

Maquiavel[editar | editar código-fonte]


Maquiavel no começo do século XVI, em sua obra “Il Príncipe” (O Príncipe), descreveu o comportamento que era seguido pelo autoritarismo. Traçando um paralelo entre os dominadores tirânicos e os monarcas que usavam da estratégia para se manter no poder.

Autoritarismo e militarismo[editar | editar código-fonte]


O autoritarismo é frequentemente associado à dominação pelo militarismo, aparecendo como uma organização social hierárquica que pode assumir diversas formas e sendo denominado de acordo com a ideologia com que procurou justificar-se.

As ideologias[editar | editar código-fonte]


A tirania, o despotismo, a autocracia, o imperialismo, o cesarismo, o bonapartismo, o totalitarismo, o fascismo, o nazismo, o corporativismo e comunismostalinista, o maoismo e o juche são algumas das formas históricas de manifestação de autoritarismo.

Características[editar | editar código-fonte]


O autoritarismo possui as seguintes características para se manter no poder:

  • Exclusividade do exercício do poder.

  • Arbitrariedades.

  • Enfraquecimento dos vínculos jurídicos do poder político.

  • Alteração da legislação institucional criando regras para a auto manutenção do poder.

  • Restrição substancial das liberdades públicas e individuais.

  • Impulsividade nas decisões.

  • Agressividade à oposição.

  • Controle do pensamento.

  • Censura às opiniões.

  • Cerceamento das liberdades individuais, de pensamento, religiosas e de imprensa.

  • Cerceamento das liberdades de movimentação.

  • Emprego de métodos ditatoriais e compulsórios de controle político e social.


Os regimes autoritários sempre coincidem com a figura do estado de exceção, este é diametralmente oposto ao estado de direito. O autoritarismo apesar da relação com o militarismo, nem sempre caminha junto ao estado militarista, mas para se manter no poder precisa daqueles que são os representantes das forças armadas nacionais. Criando por vezes muitas relações entre os militares, os políticos e os detentores do poder econômico.

O sistema autoritário necessariamente não precisa ser originário de um sistema econômico que supervaloriza o chamado complexo industrial-militar, podendo ser financiado e tutelado pelo poder militar de nações estrangeiras e dominadoras da economia de uma determinada região.

Os regimes políticos conhecidos como ditaduras militares durante a história da humanidade foram modelos de autoritarismo estrito, uma vez que instauraram estados de exceção, que se impuseram pela força das armas e por elas foram mantidos.

No decorrer do século XX, o autoritarismo foi estudado por diversas escolas de todas as partes do planeta.

Literatura recomendada[editar | editar código-fonte]



  • Adorno, Theodor W; The Authoritarian Personality (A personalidade autoritária), 1950.

  • Hannah Arendt; The Origins of Totalitarianism (As origens do totalitarismo),1958.

  • Duverger, Maurice; De la dictadure (Da ditadura), 1961.


Ver também[editar | editar código-fonte]



Referências




  1. Ir para cima Roget’s II: The New Thesaurus (1995). authoritarianism Houghton Mifflin Company. Visitado em 2008-06-25. Cópia arquivada em 24 June 2008.

  2. Ir para cima Baars, J. & Scheepers, P. (1993). "Theoretical and methodological foundations of the authoritarian personality". Journal of the History of the Behavioral Sciences, 29, pp. 345-353.

  3. Ir para cima Adorno, T. W., Frenkel-Brunswik, E., Levinson, D.J., Sanford, R. N. (1950). The Authoritarian Personality. Norton: NY.

  4. Ir para cima "authoritarianism" at the Encyclopedia Britannica

  5. Ir para cima "Authoritarianism" at the free dictionary

  6. Ir para cima Richard Shorten, Modernism and Totalitarianism: Rethinking the Intellectual Sources of Nazism and Stalinism, 1945 to the Present (Palgrave Macmillan, 2012), p. 256 (note 67).

  7. Ir para cima Gretchen Casper, Fragile Democracies: The Legacies of Authoritarian Rule, p. 40-50 (citing Linz 1964). 


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ESTADO DEMOCRÁTICO E ESTADO AUTORITÁRIO

 

Palavras-chave
Estado Democrático – Estado Autoritário – poder discricionário – poder vinculado.

Resumo
O presente trabalho visa analisar as diferenciações entre o Estado Democrático de Direito e o Estado Autoritário, verificando os poderes discricionários e vinculados em cada um deles, e a existência, ou não, de mecanismos de controle judicial dos atos administrativos por parte dos cidadãos que compõem a sociedade.

Estado Democrático e Estado Autoritário
A característica essencial e diferenciadora do Estado Democrático e do Estado Autoritário reside no fato de que, no primeiro, o Estado se comporta em relação aos particulares atento à obediência das normas legais (do Direito), rigorosamente dentro dos comandos normativos; já, no segundo, de maneira oposta, o Estado não se sujeita, nem se vincula, a nenhuma regra jurídica, pautando seus atos com absoluta e completa arbitrariedade.
Assim, no Estado Autoritário (ou Estado-Polícia, segundo as palavras de AFONSO RODRIGUES QUEIRÓ1), existe para os governantes um grau máximo de poder discricionário, cujo poder não se encontra ligado ou vinculado a nenhuma regra jurídica. Vale dizer, sua conduta não se encontra ditada por qualquer regra de direito pré-estabelecida.
A segunda característica típica do Estado Autoritário é que inexistem direitos subjetivos públicos por parte dos particulares (dos jurisdicionados) para exigir um determinado comportamento da administração.
Por sua vez, o Estado moderno, ou Estado Democrático de Direito trouxe garantias aos particulares, pautando os atos dos administradores não mais a atos discricionários (poder discricionário), mas sim, a atos vinculados (poder vinculado), atrelado à obediência das regras jurídicas e segurança da manutenção e garantia dos direitos dos indivíduos (dos particulares)2.
Cumpre frisar e ressaltar que, no Estado Autoritário, o poder discricionário é considerado como ilimitado, mas tal poder também existe no Estado Democrático de Direito, embora o seja de uma forma muito mais restrita e justamente onde as próprias regras legais abrem-se-lhe tal possibilidade, ou seja, em alguns casos específicos a própria lei concede liberdade à administração (porém, no Estado Democrático de Direito, frise-se, o poder jamais é ilimitado, devendo-se encontrar delineado dentro da chamada “moldura legal”).
No Estado Autoritário, o poder discricionário é regra, ao passo que, no Estado Democrático, tal poder é exceção. Mutatis mutandis, no Estado Democrático, o poder vinculado é regra, ao passo que, no Estado Autoritário, simplesmente inexiste, posto que a discricionariedade é ampla e irrestrita (discricionariedade esta, in casu, entendida como atuação fora da “moldura legal”).
O Estado Democrático de Direito regula e pauta toda a atividade da administração através da existência e da efetiva obediência às normas jurídicas, impondo ao Estado, no caso de desobediência das regras legais, a correspondente sanção, quer em relação ao ato propriamente dito, quer em relação ao agente incumbido da elaboração e/ou execução daquele ato administrativo eivado de nulidade ou irregularidade.
Mas seria a questão do poder discricionário, o único fator para se conceituar um Estado como sendo Autoritário ou Democrático?
A questão vai mais além.
No Estado Democrático de Direito (Rechtstaat3), existe um pleno controle judicial de todos e quaisquer atos emanados do Poder Público, como meio de se garantir aos cidadãos a possibilidade de, sempre e sempre, questionar a validade e a eficácia daqueles atos, bem como de protegê-los de qualquer arbitrariedade.
O Estado Democrático de Direito tem como finalidade a realização do direito, atento à obediência ao comando legal, que lhe traz o regramento a ser seguido, para que o Estado atinja seus fins sociais4, sem ferir nenhum direito individual dos cidadãos.
Segundo AFONSO RODRIGUES QUEIRÓ5, “Tôdas as funções do Estado ... se devem realizar na forma do Direito e as normas do Direito são o quadro da actividade do próprio Estado”.
E referido autor conclui6: “Portanto: o Estado do Direito Público moderno é o Estado de Direito. A sua actividade realiza-se dentro de normas, e precisamente de normas jurídicas; assim a Justiça como a Administração”.
RICHARD THOMA7 diz com precisão que o “princípio da submissão à lei por parte da Administração é o fundamento do Estado de Direito moderno”.
De acordo com A. B. COTRIM NETO8, “desde meados do século passado [século XIX – sic – nossa a observação] generalizou-se o emprego da expressão ‘estado de direito’, para definir o regime em que a administração haveria de ser considerada uma atividade regulada juridicamente”.
Portanto e concluindo, fazendo a diferenciação entre Estado Democrático e Estado Autoritário, teríamos que:
? Estado Democrático é aquele em que os atos administrativos são vinculados aos regramentos jurídicos-normativos, com pouquíssimo poder discricionário aos administradores, permitindo-se aos particulares o exercício de direitos públicos subjetivos, através do controle judicial dos atos administrativos, bem como a possibilidade de sanção aos agentes públicos no uso de suas atribuições e competências funcionais.
? Estado Autoritário é aquele em que os atos administrativos são absolutamente arbitrários, não havendo sujeição do Poder Público a controle judicial, nem a qualquer sanção aos agentes públicos e, muito menos qualquer possibilidade dos indivíduos de exercerem seus direitos públicos subjetivos.

Referências bibliográficas
COTRIM NETO, A. B. Verbete Estado de Direito. In Enciclopédia Saraiva do Direito. São Paulo: Saraiva, 1977, v. 33, p. 467-469.
CRETELLA JÚNIOR, José. Verbete Estado de Direito (Direito Administrativo). In Enciclopédia Saraiva do Direito. São Paulo: Saraiva, 1977, v. 33, p. 469-470.
________. Verbete Estado de Polícia. In Enciclopédia Saraiva do Direito. São Paulo: Saraiva, 1977, v. 33, p. 509.
QUEIRÓ, Afonso Rodrigues. Reflexões sôbre a Teoria do Desvio de Poder em Direito Administrativo. Coimbra: Coimbra Editora, 1940.
SALDANHA, Nelson. Verbete Estado de Direito e Ordem Política. In Encliclopédia Saraiva do Direito. São Paulo: Saraiva, 1977, v. 33, p. 470-486.
________. Verbete Estado Democrático. In Encliclopédia Saraiva do Direito. São Paulo: Saraiva, 1977, v. 33, p. 489-491.
________. Verbete Estado Totalitário. In Encliclopédia Saraiva do Direito. São Paulo: Saraiva, 1977, v. 34, p. 43-45.

O direito de chiar


O tema do monólogo de Aécio no Senado foi o diálogo, mas a essência do discurso, para surpresa de ninguém, foi pau no governo




Passadas e conferidas as eleições, um tema é naturalmente discutido nas casas do Congresso: como serão as relações entre as bancadas do governo e da oposição. Fala-se muito em diálogo, e o maior interessado, obviamente, é quem está no poder, desejoso de muita conversa e pouca briga. O seu telhado é, como não poderia deixar de ser, transparente e de frágil vidro.

Este ano, o primeiro a tocar no assunto foi o senador Aécio Neves, herdeiro do sobrenome ilustre de Tancredo. O tema de seu monólogo foi o diálogo, mas a essência do discurso, para surpresa de ninguém, foi pau no governo. Ele começou citando algumas posições óbvias de quem não está no governo: defesa das liberdades políticas, com destaque (obrigado, obrigado) da de imprensa, transferência na administração pública e a mais óbvia de todas, da democracia.

Ele cobrou, especificamente, uma rigorosa apuração do escândalo de corrupção na Petrobras, que definiu como “o maior do país”. Tancredo, lá de cima, certamente bateu palmas para o herdeiro de seu manto político.

Foi, em suma, um discurso de briga, não de aceitação do diálogo bem educado talvez ingenuamente sonhado pelo Palácio do Planalto. Não poderia ser outra a atitude da oposição que, em qualquer país de estrutura democrática para valer, saberia como agir. Num segundo discurso, Aécio acusou o comportamento do governo na campanha eleitoral de ações condenáveis numa eleição democrática, citando o que chamou de terrorismo na busca de votos e “uso irresponsável de empresas públicas”. Seria, por exemplo, o caso dos Correios.

Observadores talvez ingênuos podem não ter notado o tal terrorismo, que incluiria, segundo Aécio, acusações de machismo, racismo e até “nostalgia da ditadura militar”. Mas é uma tradição nas democracias, aqui e além-mar: quem perde, chia. E o candidato derrotado do PSDB e outros representantes da oposição (que só na Inglaterra é chamada de “leal”) têm certamente o direito de chiar à vontade.

Luiz Garcia é jornalista


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/o-direito-de-chiar-14486341#ixzz3k93H1dQo
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Clarice Lispector

Representante da prosa daterceira geração modernista, Clarice Lispector é a mais representativa voz feminina da Literatura brasileira. Responsável por introduzir novas técnicas de expressão na Literatura, Clarice ousou subverter o tradicional gênero narrativo, fundindo elementos da poesia à prosa, com temas essencialmente humanos e universais.


Clarice nasceu na Ucrânia, na aldeia de Tchetchelnik, em 10 de dezembro de 1920, durante a viagem de emigração da família em direção à América, chegando ao Brasil com apenas dois meses de idade. Foi criada na cidade de Recife, naturalizou-se brasileira e assim se definia, fazendo da língua portuguesa sua vida, dedicando-se exaustivamente à Literatura. Sua primeira obra causou espanto à crítica literária e ao público, pois as inovações de seu romance Perto do coração selvagem (1944) não foram compreendidas por seus primeiros leitores. Ainda em seus primeiros escritos, tentou alcançar visibilidade no universo da Literatura ao imprimir seu estilo, incorporando na prosa elementos até então vistos como estritamente poéticos, como o uso de metáforas, paradoxos, antíteses e outras figuras de linguagem.


Um dos aspectos mais importantes e inovadores na prosa de Clarice Lispector foi o fluxo de consciência, técnica narrativa baseada na introspecção psicológica. Nele, os pensamentos das personagens são fielmente desvendados, misturando falas e ações com reminiscências, além de serem representados por uma sintaxe muitas vezes caótica que dá vazão a uma livre associação de ideias. No fluxo de consciência, o pensamento flui, e o escritor permite que a personagem perca-se em divagações e reações íntimas:


[...] o bonde deu uma arrancada súbita jogando-a desprevenida para trás, o pesado saco de tricô despencou-se do colo, ruiu no chão, Ana deu um grito, o condutor deu ordem de parada antes de saber do que se tratava o bonde estacou, os passageiros olharam assustados. Incapaz de se mover para apanhar suas compras, Ana se aprumava pálida. Uma expressão de rosto, há muito não usada, ressurgia-lhe com dificuldade, ainda incerta, incompreensível [...]”


(Fragmento do conto “Amor”, extraído do livro “Laços de família, de Clarice Lispector).


A técnica usada por Clarice em sua obra já havia sido praticada por outros escritores, como James Joyce, Virginia Woof, Marcel Proust e William Faulkner. No Brasil, foi precursora da técnica, que também pode ser encontrada na obra de escritores como Antônio Callado e Autran Dourado. Além do fluxo de consciência, na obra de Clarice Lispector também pode ser encontrado um processo epifânico: o termo epifania possui conotação religiosa e consiste em uma manifestação divina ou aparecimento de algo revelador. Na obra de Clarice, a epifania pode ser desencadeada por um fato corriqueiro, como um beijo, um olhar, uma visão ou até mesmo uma brusca freada de ônibus, como no fragmento acima do conto Amor. Na maioria das vezes, os momentos epifânicos são traumáticos, ativando questionamentos filosóficos e existenciais, bem como rupturas com antigos comportamentos.


Para Clarice, o ponto de partida de seus romances e contos foram as experiências pessoais, sendo que em muitos deles a mulher ocupou o posto de protagonista. Dessa maneira, Clarice desenhou um complexo universo feminino, embora tenha transitado por outros universos, como as relações entre o eu e o outro e o esvaziamento das relações familiares. Rejeitou durante toda a sua vida o rótulo de escritora feminista, mesmo porque sua obra não pode ser limitada a um estereótipo, visto o caráter social, filosófico, existencial e metalinguístico que permeia seus livros. Com mais de vinte obras publicadas, alguns títulos da ficção clariceana ganharam destaque: Perto do coração selvagem, O lustre (romances, ambos de 1946),  Laços de família (contos, 1960),  A paixão segundo G. H. (romance, 1964), Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres (romance, 1969),  Água viva (prosa, 1973) e  A hora da estrela - último livro publicado antes de sua morte (romance, 1977). Clarice faleceu vítima de câncer, na véspera de seu aniversário de 57 anos, no dia 09 de dezembro de 1977, no Rio de Janeiro.


Obra de Clarice Lispector


Romances:

Perto do Coração Selvagem (1943)

O Lustre (1946)

A Cidade Sitiada (1949)

A Maçã no Escuro (1961)

A Paixão segundo G.H. (1964)

Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres (1969)

Água Viva (1973)

Um Sopro de Vida - Pulsações (1978)


Novela:

A hora da estrela (1977)


Contos:

Alguns contos (1952)

Laços de família (1960)

A legião estrangeira (1964)

Felicidade clandestina (1971)

A imitação da rosa (1973)

A via crucis do corpo (1974)

Onde estivestes de noite? (1974)

A bela e a fera (1979)


Correspondência:

Cartas perto do coração (2001) - Organização de Fernando Sabino

Correspondência - Clarice Lispector (2002) - Organização de Teresa Cristina M. Ferreira


Entrevistas:

De corpo inteiro (1975)

Literatura infantil:

O mistério do coelho pensante (1967) - Escrito em inglês e traduzido por Clarice

A mulher que matou os peixes (1968)

A vida íntima de Laura (1974)

Quase de verdade (1978)

Como nasceram as estrelas (1987)


Antologias:

Seleta de Clarice Lispector (1975) - Organização de Renato Cordeiro Gomes

Clarice Lispector (1981) - Organização de Benjamin Abdala Jr. e Samira Y. Campedelli

O primeiro beijo & outros contos, de Clarice Lispector (1991)

Os melhores contos de Clarice Lispector (2001) - Organização de Walnice N. Galvão

Aprendendo a viver (2004)


*A imagem que ilustra o artigo foi criada a partir de capas de livros da autora, publicados pela Editora Relógio D'Água.


** A imagem que ilustra o miolo do artigo foi criada a partir de capas de livros da autora, publicados pela Editora Rocco.



Por Luana Castro
Graduada em Letras





Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PEREZ, Luana Castro Alves. "Clarice Lispector"; Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/literatura/clarice-lispector.htm>. Acesso em 28 de agosto de 2015.

Solilóquio

O solilóquio  é uma técnica frequentemente usada nos palcos teatrais ou nos romances. Termo de procedência latina, ele tem o sentido de ‘falar sozinho’.

Enquanto no monólogo o personagem se dirige ao espectador ou ao leitor, nesta arte o enunciador dialoga consigo mesmo ou com sua alma, com a diferença de que não resume seus pensamentos ao plano de sua consciência, como no monólogo interior, mas os enuncia em voz alta diante de outrem, embora ignore sua presença.

No monólogo  interior as expressões orais estão restritas ao nível subconsciente, portanto elas sãoemitidas irracionalmente, sem lógica alguma; os sentimentos jorram desprovidos de qualquer coerência. Contrário a este recurso, o solilóquio é organizado segundo padrões lógicos e com nexos racionais, mesmo que os pensamentos procedam de uma fonte psíquica e não do plano da razão.

Monólogos e solilóquios têm em comum o fato dos pensamentos e emoções partirem de um único ser, ou seja, a fala se resume somente a ele, portanto não há interlocutores que dialogam, mas sim uma criatura que derrama no palco ou nas páginas de um romance suas ideias e sentimentos.

Não há mediações entre o escritor/ intérprete e o leitor/ público. Há uma interação direta entre eles, quando a consciência de um se abre diante do outro, permitindo que os ouvintes ou leitores tenham acesso completo ao que lhe passa na alma. O narrador, sempre na primeira pessoa, direciona seu discurso ao outro como se estivesse conversando com alguém que o tempo todo permanecesse em silêncio, embora nesta técnica seja permitido transmitir tudo que a mente elabora.

Neste recurso dramático e literário o personagem verbaliza, portanto, na primeira pessoa, o fluxo que emana de sua consciência. Literariamente este termo foi consagrado por Santo Agostinho  na sua obra ‘Líber Soliloquium’, na qual o filósofo procura insistentemente por um meio de comprovar a existência do Criador, através de ideias e raciocínios de alta erudição.

Esta técnica é muito utilizada no teatro, em animações, filmes, na poesia, na ficção, e em óperas, sempre que uma ária desempenha o mesmo papel que um monólogo ou um solilóquio nos palcos. No século XX estes recursos tornam-se frequentes nas obras literárias.

O solilóquio também era comum nos séculos XVI e XVII, especialmente nas produções de Shakespeare, como no famoso trecho de Hamlet – “To be or not to be” -, e de Gil Vicente, particularmente em sua Farsa de Inês Pereira, que justamente inicia com o uso deste recurso pela protagonista.

Na literatura atual, pode-se citar o clássico exemplo da autora Clarice Lispector, em seu livro O Coração Selvagem. Em seu solilóquio observam-se a clareza, a lógica, o nexo entre as partes e até mesmo a possibilidade de traduzir a descrição de uma paisagem.

Fontes:
http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/398133
http://pt.wikipedia.org/wiki/Solilóquio

Monólogo

A expressão ‘monólogo’ vem do grego monos, no sentido de ‘um’, somado a logos, que tem a conotação de palavra ou idéia, contrapondo-se assim a dia, que significa ‘dois’ ou ‘através de’, mais logos, ou seja, ao termo ‘diálogo’.

Este termo é muito utilizado nos estudos de oratória e no âmbito teatral, constituindo uma fala extensa ou uma atividade discursiva expressa por um único indivíduo ou por aquele que enuncia o discurso.

O monólogo tem como principal característica se passar dentro da mente do personagem, como se ele se reportasse apenas a si mesmo.

Desta forma, direcionando-se ao seu próprio eu ou à platéia, ele realiza uma catarse emocional, exteriorizando seus pensamentos e sentimentos, sem para isso ser necessário se voltar para um ser definido.

Segundo alguns pesquisadores, o monólogo ainda assim é uma forma de diálogo, pois o protagonista, em sua fala, pressupõe um outro, seja ele mesmo, quando então ele se dissocia em duas personas, o eu e o interlocutor, ou o público a quem ele se dirige.

Há no monólogo um foco na vida interior do personagem, pois este revolve no palco seus pensamentos mais íntimos, ele se desnuda psicologicamente diante da platéia, e muitas vezes transmite a sensação de ser pessoas diferentes. Isto porque as questões existenciais desdobradas através do monólogo são universais, não inerentes a uma única pessoa.

Este tipo de discurso está presente igualmente nos desenhos animados, no cinema, na poesia escrita na forma de pensamentos ou falas de um individuo, nas óperas – sob a forma de árias ou trechos cantados -, nos romances do século XX, ou em programas de entretenimento.

Normalmente a literatura registra dois padrões de monólogos teatrais.

O Monólogo Exterior ocorre quando o personagem se dirige a um indivíduo ausente do palco ou para o público presente no teatro.

O Monólogo Interior se desenrola quando o protagonista se reporta a si mesmo.

Este último gênero é mais interiorizado e se tornou popular como solilóquio.

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