segunda-feira, 29 de julho de 2013
EDITORIAL SINDIPETRO-RJ - Presidente da Petrobrás pratica o assédio moral contra trabalhadores
Num flagrante de assédio moral, a presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster, em entrevista à revista Época Negócios, de novembro de 2012, se reporta aos funcionários da Petrobrás que se aposentaram e continuam a trabalhar na companhia, de forma pejorativa: “Ninguém sai, ninguém sai... A Petrobrás tem mais de 10 mil empregados em condições de se aposentar (isso é quase 12% da força de trabalho), mas eles ficam... Se saíssem, perderiam a PLR e até 40% dos rendimentos e ganhariam apenas o salário. É um problema para renovar os quadros da empresa”.
Na edição especial da revista Valor Carreira (pág 133) a gerente de RH Mariângela Mundin diz: ...“Engajado= empregado novo, no início de carreira, cheio de tesão e comprometimento com seus planos de ascensão funcional na carreira que se inicia, cheios de vigor, sangue, energia, como gosta a presidente Foster. Desengajados = São os aposentáveis mais cansadinhos, desmotivados, já descomprometidos, com o boi na sombra, na zona de conforto só esperando o PDV chegar...”
Como se sentiriam essas pessoas se seu pai, mãe, filho ou parente recebessem esse tratamento?
Lamentamos que uma empresa que se arvora em ter responsabilidade social trate seus funcionários dessa forma. Esses funcionários são os principais responsáveis pelo sucesso da empresa. Eles se aposentam e continuam na ativa por decisão do Supremo Tribunal Federal. E, nesses casos, recebem a parcela do INSS relativa à suas aposentadorias. Eles já contribuíram o suficiente para fazer jus à parcela de aposentadoria do INSS. Inclusive, entendemos que, dentro do mesmo conceito, que devam receber o complemento da Petros. Estamos falando de funcionários com mais de 30 anos de Petrobrás.
Em resposta ao “ninguém sai” da presidente: grande parte dos petroleiros que se aposentam e continuam na ativa, o fazem como resultado da política de FHC, Lula e agora Dilma, que rasgaram seus contratos de aposentadoria, que lhes garantiria receber até 90% daquilo que receberiam se estivessem na ativa. Ou seja, é só cumprir o contrato que a maioria vai sair. Diga-se de passagem, esse contrato é oneroso, pois pagaram na ativa e continuam a pagar na aposentadoria.
Chamamos a atenção que a Graça Foster se preocupou tanto em falar mal do funcionário da Petrobrás na entrevista, que se esqueceu de dizer que a companhia só gasta 3% de seu faturamento com seus funcionários e com as políticas de RH, enquanto as outras concorrentes petroleiras gastam no mínimo o dobro. E, com o pré-sal em operação, a companhia vai gastar menos ainda. E o pré-sal, sua descoberta e o desenvolvimento de tecnologia inédita no mundo com certeza foi obra dos “veteranos”. Agora a direção da empresa critica àqueles que se aposentam e continuam na ativa, fazendo jus à parcela do INSS e, em caso de morte ou afastamento definitivo, a somente 60% do complemento da Petros.
Pasmem! Vários diretores da empresa, nesse mesmo período, têm se aposentado e homologado no Sindipetro-RJ e continuam nos cargos de diretoria. Inclusive a presidenta Maria das Graças Foster, que homologou sua aposentadoria nos últimos quinze dias. Só que para os diretores da Petrobrás o ganho é total, ou seja, para eles a regra é diferente: aposentadoria integral do INSS, da Petros, e ainda o salário de diretor e todas as suas vantagens. É verdade, dona Maria das Graças Foster: ninguém sai!
Veja entrevista na íntegra de Maria das Graças Foster na revista Época Negócios: http://www.multiclipping.com/arquivo/1/impressos/petro432757.pdf
DENÚNCIA: a direção da Petrobrás mandou recolher todos os boletins Surgente com este editorial das caixas que ficam nos prédios das bases do Rio de Janeiro.
A campanha “Todo O Petróleo Tem que Ser Nosso” convoca a categoria para o ato na porta da ANP (Agência Nacional do Petróleo), na esquina das avenidas Rio Branco com Presidente Vargas, na terça-feira, às 8h, aonde acontecerá Audiência Pública do Leilão do Campo de Libra.
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