quarta-feira, 17 de julho de 2013

Classificação tipológica de Myers Briggs


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


A classificação tipológica de Myers Briggs1 (do inglês Myers-Briggs Type Indicator - MBTI) é um instrumento utilizado para identificar características e preferências pessoais. Katharine Cook Briggs e sua filha Isabel Briggs Myers2 desenvolveram o indicador durante a Segunda Guerra Mundial, baseadas nas teorias de Carl Gustav Jung sobre os Tipos Psicológicos3 .
O CPP Inc., editor do instrumento MBTI, o chama de "a avaliação de personalidade mais amplamente utilizada no mundo"4 , com até dois milhões de avaliações administradas anualmente.
O CPP e outros defensores afirmam que o indicador atende ou ultrapassa a confiabilidade de outros instrumentos psicológicos5 6 e inclui relatos do comportamento individual7 . Estudos têm encontrado forte apoio à validade, consistência interna e confiabilidade (teste-reteste), mesmo havendo sido observadas algumas oscilações8 9 . Entretanto, alguns psicólogos acadêmicos criticaram o indicador, afirmando que este "carece de dados válidos convincentes"10 11 12 .
O uso do MBTI como um prognosticador do sucesso profissional não recebe suporte em estudos13 14 , e seu uso com este propósito é expressamente desencorajado no Manual15 .

 








Índice





Conceitos


Tipo e dicotomia


Um conceito fundamental para o MBTI é "Tipo Psicológico". A ídéia é que os indivíduos acham certas maneiras de pensar e agir mais fáceis que as outras. O MBTI postula a existência de quatro pares opostos de maneiras de pensar e agir, chamados dicotomias (dimensões)16 . As preferências são normalmente indicadas por letras maiúsculas que indicam cada uma destas quatro preferências.

As quatro dicotomias





















As dicotomias
ExtroversãoIntroversão
SensorialiNtuição
Razão ('T'hinking)Sentimento ('F'eeling)
JulgamentoPercepção ('P'erceiving)

Os quatro pares de preferências ou "dicotomias" são apresentadas na tabela à direita.

Os termos usados para cada dicotomia têm significados técnicos específicos relacionados ao MBTI, que diferem do seu significado cotidiano. Por exemplo, pessoas com uma preferência para julgamento em relação à percepção não são, necessariamente, mais críticos ou menos perceptivos.

Além disto, o MBTI não mede as aptidões: apenas mostra que uma preferência se sobressai a outra. Uma pessoa que informa alta pontuação para extroversão em relação à introversão não pode ser corretamente descrita como mais extrovertida: ela simplesmente tem uma preferência evidente.

Atitudes (E-I)



  • Extrovertidos (E). Obtém sua energia através da ação; gostam de realizar várias atividades; agem primeiro e depois pensam. Quando inativos, sua energia diminui. Em geral, são sociáveis.



  • Introvertidos (I). Obtém sua energia quando estão envolvidos com idéias; preferem refletir antes de agir e, novamente, refletir. Precisam de tempo para pensar e recuperar sua energia. Em geral, são pouco sociáveis.


 

Funções (S-N e T-F)


As dicotomias Sensorial-Intuição e Pensamento-Sentimento são frequentemente chamadas de Funções MBTI. Os indivíduos tendem a preferir uma dicotomia em relação à outra (veja Estilo de Vida).

Sensoriais e Intuitivos


Descrevem como a informação é entendida e interpretada.

  • Sensoriais (S). Confiam mais em coisas palpáveis, concretas, informações sensoriais. Gostam de detalhes e fatos. Para eles o significado está nos dados. Precisam de muitas informações.



  • Intuitivos (N). Preferem informações abstratas e teóricas, que podem ser associadas com outras informações. Gostam de interpretar os dados com base em suas crenças e experiências pessoais. Trabalham bem com informações incompletas e imperfeitas.


Racionalistas e Sentimentais


Descrevem como as decisões são realizadas.

  • Racionalistas (T). Decidem com base na lógica e procuram argumentos racionais.



  • Sentimentais (F). Decidem com base em seus sentimentos (não confundir com emoções).


 

Estilo de Vida (J-P)


Myers e Briggs perceberam que as pessoas podem ter uma preferência pela função de julgamento (J) ou pela função de percepção (P). A isto chamaram o embaixador para o mundo externo. Grosseiramente um Julgador tentará controlar o mundo, enquanto um Perceptivo tentará se adaptar a ele (são aventureiros).

  • Julgadores (J). Sentem-se tranquilos quando as decisões são tomadas.



  • Perceptivos (P). Sentem-se tranquilos deixando as opções em aberto.


Os 16 tipos


Às quatro dicotomias correspondem 16 tipos psicológicos que podem ser divididos em 4 grupos de temperamentos (ordenados segundo a frequência na população nos Estados Unidos em How Frequent Is My Type?):

SJs' ou Guardiões (46,1%) SPs' ou Artesãos (27%) NTs' ou Racionais (10,4%) NFs' ou Idealistas (16,5%)

O MBTI é frequentemente utilizado nas áreas de aconselhamento de carreira, pedagogia, dinâmicas de grupo, orientação profissional, treino de liderança, aconselhamento matrimonial e desenvolvimento pessoal, entre outros17 .

 

O Relatório


O instrumento gera um relatório onde as 4 dicotomias do respondente são representadas niveladamente em um gráfico de barras em que quanto mais longa a barra, mais clara e certa é a preferência. Na sequência, as preferências analisadas serão relacionadas e alinhadas detalhadamente de acordo aos patamares: "Seu estilo de trabalho", "Suas preferências no trabalho", "Seu estilo de comunicação", "Ordem de suas preferências", "Sua abordagem para resolução de problemas".

Pode-se fazer o download público e gratuito de um modelo de relatório no site da Fellipelli, empresa que possui os direitos exclusivos de uso e venda do MBTI no Brasil.

Notas




  1. Fábia Rímoli, Hades, o rei dos ínferos, in: Alvarenga, Maria Zelia (org.). Mitologia Simbólica: Estruturas da Psique e Regências Míticas. [S.l.]: Casa do Psicólogo, 2007. 117 e seg. p. ISBN 978-85-7396-522-3

  2. Myers, Isabel Briggs with Peter B. Myers. Gifts Differing: Understanding Personality Type. Mountain View, CA: Davies-Black Publishing, 1980, 1995. ISBN 0-89106-074-X

  3. Jung, Carl Gustav (August 1, 1971). Psychological Types (Collected Works of C.G. Jung, Volume 6. Princeton University Press. ISBN 0-691-09774.

  4. CPP Products. Página visitada em 2009-06-20.

  5. Schaubhut, Nancy A.; Nicole A. Herk and Richard C.Thompson (2009). MBTI Form M Manual Supplement pp. 17. CPP. Página visitada em 8 May 2010.

  6. Clack, Gillian; Judy Allen. Response to Paul Matthews' criticism. Página visitada em 2008-05-14.

  7. Barron-Tieger, Barbara; Tieger, Paul D.. Do what you are: discover the perfect career for you through the secrets of personality type. Boston: Little, Brown, 1995. ISBN 0-316-84522-1

  8. Thompson, Bruce; Gloria M. Borrello. (Autumn 1986). "Construct Validity of the Myers-Briggs Type Indicator". Educational and Psychological Measurement 46 (3): 745–752. SAGE Publications. DOI:10.1177/0013164486463032.

  9. Capraro, Robert M.; Mary Margaret Capraro. (August 2002). "Myers-Briggs Type Indicator Score Reliability Across: Studies a Meta-Analytic Reliability Generalization Study". Educational and Psychological Measurement 62 (4): 590–602. SAGE Publications. DOI:10.1177/0013164402062004004.

  10. Hunsley J, Lee CM, Wood JM (2004). Controversial and questionable assessment techniques. Science and Pseudoscience in Clinical Psychology, Lilienfeld SO, Lohr JM, Lynn SJ (eds.). Guilford, ISBN 1-59385-070-0, p. 65.

  11. McCrae, Robert R.; Costa Jr., Paul T.. (Março 1989). Reinterpreting the Myers-Briggs Type Indicator from the perspective of the five-factor model of personality (PDF). Journal of Personality 57 (1): 17-40. PMID 2709300.

  12. Stricker, L J; Ross, J. (Janeiro 1964). An Assessment of Some Structural Properties of the Jungian Personality Typology. Journal of Abnormal and Social Psychology 68: 62-71. PMID 14105180.

  13. Pittenger, David J.. (November 1993). "Measuring the MBTI...And Coming Up Short." (PDF). Journal of Career Planning and Employment 54 (1): 48–52.

  14. Nowack, K. (1996). Is the Myers Briggs Type Indicator the Right Tool to Use? Performance in Practice, American Society of Training and Development, Fall 1996, 6

  15. Myers, Isabel Briggs; McCaulley Mary H.; Quenk, Naomi L.; Hammer, Allen L.. MBTI Manual (A guide to the development and use of the Myers Briggs type indicator). [S.l.]: Consulting Psychologists Press; 3rd ed edition, 1998. ISBN 0-89106-130-4

  16. Myers, Isabel Briggs; McCaulley Mary H.; Quenk, Naomi L.; Hammer, Allen L. (1998). MBTI Manual (A guide to the development and use of the Myers Briggs type indicator). Consulting Psychologists Press; 3rd ed edition. ISBN 0-89106-130-4

  17. http://dinamicasocial.com/2010/08/17/leitura-fria-personalidades-e-myers-briggs-parte-3/



 

Referências



Ver também


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