terça-feira, 31 de março de 2015

Valores atrasados






O pagamento dos valores atrasados começará em janeiro de 2005. Para os segurados que têm ação judicial em curso será necessário assinar o Termo de Transação Judicial e, neste caso, o prazo total para pagamento será de no máximo seis anos.

Quem não tem ação na justiça vai receber os atrasados em até oito anos.

O número de parcelas mensais para conclusão do pagamento, entretanto, vai privilegiar a idade do segurado e o valor a receber. Ou seja, quem for mais idoso e tiver quantia menor a receber, será pago em menor número de parcelas. A idade a ser considerada será aquela da data da publicação da Lei nº 10.999. Veja quadros abaixo:

Para quem tem ação judicial






































Até R$ 2.000,00De R$ 2.000,01 a R$ 5.000,00R$ 5000,01 a R$ 7.200,00Acima de R$ 7.200,01
acima de 70 anos12 parcelas24 parcelas24 parcelas36 parcelas
de 65 a 69 anos24 parcelas36 parcelas48 parcelas60 parcelas
de 60 a 64 anos36 parcelas48 parcelas60 parcelas72 parcelas
abaixo de 59 anos48 parcelas60 parcelas72 parcelas72 parcelas

Para quem não tem ação judicial






































Até R$ 2.000,00De R$ 2.000,01 a R$ 5.000,00R$ 5000,01 a R$ 7.200,00Acima de R$ 7.200,01
acima de 70 anos24 parcelas36 parcelas36 parcelas36 parcelas
de 65 a 69 anos36 parcelas48 parcelas60 parcelas72 parcelas
de 60 a 64 anos48 parcelas60 parcelas72 parcelas84 parcelas
abaixo de 59 anos60 parcelas72 parcelas84 parcelas96 parcelas

Todos os segurados que aderirem ao acordo vão receber um terço do total a que têm direito até a metade das parcelas. Os outros dois terços serão pagos a partir da segunda metade das parcelas o que, consequentemente, elevará o valor das parcelas da segunda metade do prazo. A Lei nº 10.999/2004 prevê, também, que a União possa, de acordo com a disponibilidade orçamentária, antecipar o pagamento dos atrasados. Todos os valores serão corrigidos pelo INPC.


Revisão de benefícios






O Governo Federal propôs, por meio da Lei nº 10.999, de 15 de dezembro de 2004, acordo para revisão dos beneficios previdenciários concedidos com data de início posterior a fevereiro de 1994. A revisão consiste em recalcular o salário de benefício original sobre os salários de contribuição anteriores a março de 1994, mediante aplicação do percentual de 39,67%, referente ao Índice de Reajuste do Salário Mínimo (IRSM) do mês de fevereiro de 1994.


STF define prazo mínimo de dez anos para pedir revisão da aposentadoria






25/09/2014 10h45 - Atualizado em 25/09/2014 11h23




Contagem é iniciada a partir do primeiro recebimento do benefício.
Prazo não se aplica para quem teve benefício indeferido, diz advogada.








O Supremo Tribunal Federal decidiu nesta semana que é preciso aguardar um prazo mínimo de dez anos para fazer o pedido de revisão da aposentadoria, a contar do primeiro recebimento do benefício, da pensão ou do auxílio. “Só não irá se aplicar este prazo para as pessoas que tiveram o benefício indeferido. Aquelas que passaram a receber o benefício, mesmo que ele esteja errado, o Supremo diz que o prazo será de dez anos”, aponta a advogada Melissa Folmann.

A especialista em direito previdenciário também tirou dúvidas de assinantes no Jornal GloboNews Edição das 10h.

Célio – Aposentei-me por tempo de serviço, em 2007, mas continuei trabalhando na mesma empresa até o final de 2013. Tenho direito à revisão da aposentadoria, pois paguei mais seis anos. Como devo proceder?
Melissa Folmann –
Seu caso é o caso de uma desaposentação. Não existe lei para desaposentação. O que é feito é uma ação na justiça. Você tem que entrar com essa ação na justiça e ficar aguardando o que irá dizer o Supremo Tribunal Federal. Tudo indica que este ano ainda o Supremo venha a decidir essa questão. Mas vá lá e faça sua ação. Claro, amparada pelo cálculo.

Helena – Sou viúva de um juiz aposentado pelo regime do servidor público. A aposentadoria é dividida em dois, metade para mim e metade para meu filho de 19 anos, que tem Síndrome de Down e está trabalhando e contribuindo com o INSS. Isso tem impacto no benefício que recebe do pai?
Melissa –
Pode vir a ter sim, porque, a partir do momento que ele já completou o requisito idade no serviço público para sair do direito à pensão, ele só se manteria no direito à pensão se fosse considerado deficiente ou incapacitado para o exercício de uma atividade de trabalho. Se o serviço público vier a cancelar o benefício do seu filho, o que eu recomendo? Entra na justiça e pede por equiparação, o que está na lei 8.213, artigo 78.

Ela permite sim que o filho deficiente continue recebendo pensão mesmo que trabalhe, só que com desconto de 30%. Isso não está na lei do servidor público, está no do INSS, mas pode ser aplicado analogicamente.




Valor da aposentadoria não segue a atualização do salário mínimo"

Melissa Folmann


Otávio – Sou aposentado por invalidez desde 1984. Recebia dois salários mínimos e meio. Porém, atualmente recebo um salário mínimo. Qual seria o motivo?
Melissa –
O motivo é que o valor das aposentadorias não segue a atualização do salário mínimo. O salário mínimo teve um patamar de atualização muito grande, principalmente nos últimos dez anos. Já as aposentadorias, foram atualizadas, em regra, pelo INPC, por isso essa grande diferença.

Ana Cristina – Tenho 44 anos de idade, meu último ano de contribuição foi 2006. Desde então, trabalho sem carteira assinada. Descobri que tenho um problema grave e raro no coração. Como pedir auxílio-doença?
Melissa –
A notícia não é boa. Como faz muito tempo que você parou de contribuir, ou seja, já faz mais de 36 meses e você ficou incapacitada e não estava contribuindo, não estava protegida, infelizmente você não tem direito ao auxílio-doença. O máximo que você poderia tentar pleitear é um benefício assistencial ou ainda tentar comprovar que você não está totalmente incapacitada e fazer pelo menos quatro contribuições. Mas é muito difícil conseguir alguma coisa.

Claudio – Aposentei-me em 2007. Faltava um dia para completar 57 anos, porém o INSS aposentou-me um dia antes, aos 56 anos e 364 dias de idade. Isso não prejudicou os cálculos para a minha aposentadoria?
Melissa –
Provavelmente sim, porque, quanto menos idade você tem, pior é o seu fator previdenciário. Seria importante fazer um cálculo para isso. Se você constatar que efetivamente houve uma grande diferença, você pode pedir uma coisa chamada ‘reafirmação da DER’, ou seja, para que fosse reafirmado o seu requerimento para o dia seguinte, em que você teria o melhor benefício.

Jorge – Há decisão definitiva do STF sobre a constitucionalidade do fator previdenciário?
Melissa –
Não existe uma decisão definitiva. Na verdade, existem cinco ações que tramitam no Supremo há muito tempo e que não têm patamar, uma decisão final. O que se espera é que um dia o Supremo venha a analisar, ou que efetivamente haja uma alteração legislativa sobre isso.

Nas aposentadorias das pessoas com deficiência, não existe aplicação do fator previdenciário, salvo se for para beneficiar o cálculo da pessoa com deficiência"

Melissa Folmann


Carlos – O fator previdenciário pode ser aplicado em caso de deficiência física?
Melissa –
Não. Nas aposentadorias das pessoas com deficiência, não existe aplicação do fator previdenciário, salvo – e somente se – for para beneficiar o cálculo da pessoa com deficiência.

Everson – Sou aposentado por invalidez, recebo aposentadoria integral. Tenho direito a receber o auxílio de 25% para pessoas com deficiência?
Melissa –
O auxílio de 25% não é para as pessoas com deficiência, é para as pessoas aposentadas por invalidez, mas que precisam da ajuda de terceiros. Se você comprovar que precisa da ajuda de terceiros para locomoção, alimentação ou vestuário, daí sim tem direito ao adicional dos 25%.

Enildo – Fiquei afastado por 18 meses de auxílio-doença pelo INSS. Esse período conta como tempo de serviço?
Melissa –
Se esse afastamento de 18 meses foi por uma doença relativa ao seu trabalho ou acidente de trabalho, conta. Se não foi, só vai contar se você saiu do auxílio-doença e imediatamente contribuiu. Senão, infelizmente não vai contar nenhum dia desses 18 meses.

Joaquim – Minha esposa tem 17 anos de contribuição. Ela trabalhou como empregada doméstica por 5 anos, porém o INSS não reconhece esse tempo de serviço. Como recuperar?
Melissa –
Se ela trabalhou como empregada doméstica e tem provas disso (testemunhas, fotos ou até mesmo recibos que ela teve na condição de empregada doméstica), ela pode entrar com uma ação na justiça a fim de reconhecer esse período de empregada doméstica. Não é uma ação na justiça do trabalho, é uma ação na justiça federal para reconhecer o vínculo de empregada para o INSS. Não tem nada a ver com a justiça do trabalho.

Ronaldo Gomes – Aposentei-me em 1996 e o INSS utilizou valores limitados ao teto. Meus amigos que se aposentaram na mesma época foram chamados para receber alguns atrasados. Eu também tenho direito?
Melissa –
Se está escrito lá na cartinha de concessão ‘limitado ao teto’, você tem direito à revisão do teto. Só que, para isso, você infelizmente vai ter que provocar o INSS. E é aqui que vai entrar o problema. Com a decisão dessa semana, o seu prazo de revisão de dez anos já teria se passado. Então você vai ter uma longa discussão pela frente.





Revisão da Aposentadoria

Notícia: Veja os atrasados da nova revisão das aposentadorias

Saiba o valor total

Confira quanto é possível ganhar. Os casos a seguir são de segurados que estão na Justiça.



Caso 1

Segurada de 60 anos, que começou a trabalhar em 1975

- Entre 1975 e 1995, contribuiu sobre 20 salários mínimos

- De 1995 até 2013, pagou sobre um salário mínimo

- Ela se aposentou em 2013 com um salário mínimo

Benefício hoje: R$788

Benefício com a nova revisão: R$4.663,75

Aumento mensal: R$3.875,75

Atrasados: R$112.121,99





Caso 2

Segurado de 65 anos, que começou a trabalhar em 1979

- Pediu a aposentadoria em 2005



Benefício hoje: R$2.795,22

Benefício com a nova revisão: R$4.387,71

Aumento mensal: R$1.592,49

Atrasados: R$127.127,95



Caso 3

Segurada de 61 anos, que começou a trabalhar em 1976

- Pediu a aposentadoria em 2006

Benefício hoje: R$2.432,19

Benefício com a nova revisão: R$3.851,69

Aumento mensal: R$1.419,50

Atrasados: R$123.148,95



Caso 4

Segurado de 64 anos, que começou a trabalhar em 1970

- Pediu a aposentadoria em 2005

Benefício hoje: R$2.759,15

Benefício com a nova revisão: R$4.390,24

Aumento mensal: R$1.631,09

Atrasados: R$129.747,59



Caso 5

Segurado de 66 anos, que começou a trabalhar em 1969

- Pediu a aposentadoria em 2005

Benefício hoje: R$3.033,13

Benefício com a nova revisão: R$4.129,69

Aumento mensal: R$1.096,56

Atrasados: R$95.132,38



Caso 6

Segurado de 69 anos, que começou a trabalhar em 1970

- Pediu a aposentadoria em 2006

Benefício hoje: R$3.383,54

Benefício com a nova revisão: R$4.159

Aumento mensal: R$775,46

Atrasados: R$66.633,31





Caso 7

Segurado de 61 anos, que começou a trabalhar em 1974

- Pediu a aposentadoria em 2009

Benefício hoje: R$3.004,67

Benefício com a nova revisão: R$3.435,94

Aumento mensal: R$431,27

Atrasados: R$32.217,67





Caso 8

Segurado de 57 anos, que começou a trabalhar em 1981

- Pediu a aposentadoria em 2011

Benefício hoje: R$2.458,73

Benefício com a nova revisão: R$2.988,49

Aumento mensal: R$529,76

Atrasados: R$28.487,58





Caso 9

Segurado de 55 anos, que começou a trabalhar em 1978

- Pediu a aposentadoria em 2008

Benefício hoje: R$2.655,29

Benefício com a nova revisão: R$3.005,75

Aumento mensal: R$350,46

Atrasados: R$27.307,09





Caso 10

Segurado de 66 anos, que começou a trabalhar em 1969

- Pediu a aposentadoria em 2007

Benefício hoje: R$3.840,24

Benefício com a nova revisão: R$4.159

Aumento mensal: R$318,76

Atrasados: R$27.852,05





Atenção!

Quando ação chegar ao fim na Justiça, a grana dos atrasados será paga com juros e correção.





FONTE: Jornal Agora - 28 de março de 2015.

segunda-feira, 30 de março de 2015

A visão de uma pessoa com Autismo


Por Nataly Pessoa*

Sou o que sou


Sou Asperger, considerado um grau leve do espectro autista. Tenho 27 anos e fui diagnosticada no ano passado, pelo fato dos meus pais e os profissionais desconhecerem a síndrome na época em que era criança. Atualmente sou acompanhada por um psiquiatra e por uma terapeuta cognitiva comportamental.

 

 

Missing Ya






Desafios e Desvantagens


Ser uma autista na sociedade em que vivemos, não é muito fácil. Diante disso, costumo dizer que ser uma pessoa especial, tanto tem suas vantagens, como também suas desvantagens. As vantagens de ser uma autista do tipo Asperger, também conhecido como autismo de alto desempenho, é que a cada dia descubro que temos superdons ou potenciais, como o dom para vencer obstáculos; somos muito verdadeiros e temos muitas capacidades incríveis e inimagináveis.

Atualmente sou estudante de Direito e amo o curso, fico muito feliz e realizada quando sinto que meus esforços para obter êxito na faculdade, sejam no aspecto social ou nas disciplinas, estão dando bons resultados. Este ano obtive uma grande vitória, que nem eu mesmo imaginava que poderia ser capaz, que foi a minha aprovação no concurso do Banco do Brasil em Brasília-DF. Não tenho muitos amigos, não gosto de sair de casa, sou muito apegada à minha família e ao meu noivo, que são tudo para mim.

As desvantagens, na sua maioria, estão na ignorância ou na falta de conhecimento sobre o assunto. Na cidade em que moro, por exemplo, quase ninguém ouviu falar da síndrome ou pensam nela como um lado negativo. Fico muito triste pelo fato das pessoas terem certo tipo de pensamento: “ninguém tem obrigação de saber da sua síndrome, o mundo hoje é muito corrido para informações banais”. Alguns dizem que não pareço ser autista (não tenho cara de autista), por terem apenas um conceito errôneo do autista, que é antissocial, retardado mental e vive tomando medicações.

Esse conceito é equivocadíssimo, basta observarem o meu exemplo, que é muito claro e oposto do que assim pensam. Os poucos amigos que tenho me aceitam e me respeitam, mesmo alguns deles conhecendo pouco sobre o assunto. Penso assim: Se me consideram, me reconhecem e me respeitam, então me aceitam.

Outro desafio que nos é imposto é lugar cheio, principalmente filas. Geralmente os enfrento quando estou bem, sem nenhum problema. Mas quando não estou bem, prefiro não os enfrentar. Até mesmo porque o desconhecimento desse tipo de autismo por parte de muitos, jamais me os faria reconhecer que sou portadora de necessidades especiais e me conceder a preferência. Também tenho problemas com ambientes barulhentos e lotados, não consigo reciclar o que quero ouvir e acabo escutando todos a meu redor e ao mesmo tempo.

Sendo universitária, também enfrento muitos desafios. A cada início de semestre, tenho que me adaptar novamente à rotina de ir à faculdade todos os dias, geralmente essa dificuldade dura em torno de 15 dias. A troca os professores é algo a que tenho que me acostumar, preciso me sentir segura e que posso contar com o apoio deles. Sempre conto que sou autista a todos e o que mais me decepciona é mesmo a falta de informação. Há certas pessoas ou professores a quem tenho que explicar sobre minha síndrome, pois nunca terem ouvido falar dela. Não os culpo, afinal, nossa sociedade não é muito bem preparada para conviver com as minorias diferentes. De modo geral, apesar de muitos não conhecerem minhas limitações, ainda assim, recebo apoio dos colegas de sala e de alguns professores.

Em minha opinião, todos os profissionais em qualquer área de atuação, deveriam saber um pouco sobre o Autismo. Em relação à área educacional, acredito que todos têm a obrigação de conhecer a síndrome, por trabalhar com todo tipo de aluno, seja ele com necessidades especiais ou não. Pois para quem não sabe, quem tem autismo é especial.

Outro aspecto que precisa ser melhorado é o acesso aos tratamentos. A maioria dos planos ou seguros de saúde não os cobre, são caros e sem falar que a maioria dos profissionais não possui especialização na área de autismo. Por consequência, quem sofre mais são as pessoas que não têm muitas condições financeiras, pois na saúde pública praticamente não existe tratamento para isso.

Betty Monteiro

Contradições de uma profissional


No domingo 16/12/2012, a psicóloga Elizabeth Monteiro foi ao programa Domingão do Faustão da Rede Globo e fez algumas declarações que geraram muita polêmica e contradição.

No programa, o apresentador Fausto Silva comenta sobre o caso do Adam Lanza e indagou a psicóloga, perguntando sobre psicopatas e ela respondeu, explicando as possíveis características. Ela comenta que leu que o garoto era Asperger, sem ao menos ter citado fontes ou algum embasamento teórico.

Na sequência, quando Fausto Silva pergunta o que é asperger, ela define com sendo um tipo de autismo, que não é como o tradicional. Ela afirma que nesse tipo de autismo a pessoa faz contato e às vezes é inteligente. No momento que ela criava essa “definição”, o apresentador pergunta se a mãe tendo consciência disso deveria ter arma em casa ou permitir que uma arma fosse comprada ou ainda se havia a chance da mãe evitar enxergar a limitação. A psicóloga afirma que positivo.

O absurdo maior é que enquanto ela falava, imagens eram transmitidas, que maculavam ainda mais a imagem dos Aspergers, pois em uma delas aparece uma simulação de Adam Lanza atirando no local do crime, em seguida ainda é citado o caso da Suzane Von Richthofen.

No mesmo quadro ela mostra certas características como: puxar tapete do outro no trabalho; querer todos os méritos para si; arquitetar planos para detonar outro, em seguida afirma para ter mais atenção e que não é boa uma criança que não sorri, não brinca, chora muito, perversa, ainda cita como sendo as “crianças malvadinhas”, as que são perversas, agressivas, muito inteligentes articuladoras, associando-as ao espectro Asperger de autismo.

Uncover Knoledge

A verdade fundamentada em estudos


A Síndrome de Asperger é considerada um grau leve do espectro autista e que nada tem a ver com o comportamento psicopata. Além disso, nada da síndrome se relaciona com violência ou agressividade.

Nós aspergers não costumamos puxar tapete dos outros; não vivemos querendo os méritos só para nós mesmos, pois egoísmo não faz parte de nossas naturezas, pelo contrário, somos cooperativos e colaboradores; e enfim, nós não arquitetamos planos para derrubar outros.

Outra coisa, nem todo bebê ou criança que não sorri, que não brinca, que chora muito, apresenta algo ruim ou preocupante.

A psicóloga que esteve no programa de Fausto Silva, deveria se retratar em rede nacional, pois as informações passadas por ela no programa, não foram verdadeiras, prejudicando mais ainda a sociabilização dos Aspergers. A maior preocupação está na interferência disso no futuro social e profissional de cada um de nós.

New Choices





Novos Rumos


Tentando diminuir o preconceito, criei um blog sobre autismo chamado ESPAÇO AUTISTA: www.espacoautista.blogspot.com.br e administro grupos e uma fanpage www.facebook.com/autismoemmeninas para autistas e pais de autistas, onde trocamos informações e compartilhamos experiências vividas.

Outro momento muito marcante neste ano foi conhecer escritor, Ivenio Hermes, membro do conselho editorial da Carta Potiguar, que para minha imensa alegria, é Asperger. Fiquei muito impressionada com sua capacidade profissional e pelo belo trabalho que tem na revista e no seu blog. Ele é pai de dois filhos, que também são aspergers e outro que não é.

Ao ser entrevistada por ele, para minha maior surpresa, fui convidada para ser colunista da Carta Potiguar, algo que me deixou muito feliz e confesso que muito realizada, pois tudo isso está sendo reflexo do trabalho que venho fazendo no meu blog e que tenho recebido muito apoio.

Espero que essa parceria entre Aspergers seja sempre duradoura e que possamos mostrar para a sociedade, que temos muitos talentos e potenciais naquilo que nos propomos a fazer.


Nataly Pessoa*Nataly Pessoa


É escritora do Blog do Ivenio.

Graduanda de Direito pela Uni-RN, criadora do blog ESPAÇO AUTISTA: http://espacoautista.blogspot.com.br/ e da fanpage AUTISMO/ASPERGER NO UNIVERSO FEMININO: https://www.facebook.com/autismoemmeninas;

Membro da ABRAÇA: Associação Brasileira para Ação por Direitos da Pessoa com Autismo e Pesquisadora da inclusão social das pessoas com autismo

Adam Lanza, um jovem inteligente, tímido e antissocial





Colegas de escola e vizinhos descrevem atirador de Connecticut como um solitário


por O Globo


Fotografia de Adam Lanza, autor do massacre na escola Sandy Hook Foto: Reprodução/ABC
Fotografia de Adam Lanza, autor do massacre na escola Sandy Hook - Reprodução/ABC
















 



NEWTOWN, Estados Unidos - Família e amigos se lembram de Adam Lanza, o suposto autor do massacre na escola Sandy Hook, em Newtown, como uma pessoa inteligente, nerd, gótica, distante, tímida e calma. Discreto, era alto, magro e pálido, estava sempre com as mãos nos bolsos da calça e gostava de usar camisa de botão. Bom aluno, graduou-se no ensino médio em 2010 e ficava desconfortável em eventos sociais. Nem mesmo no anuário da sua formatura quis se deixar ser fotografado. Em vez de uma imagem sua, havia um espaço em branco com a frase “camera shy” (tímido em frente às câmeras).


Durante sua vida deixou poucos rastros, até mesmo na internet. Não tinha perfil no Facebook ou em outras redes sociais. Participava apenas de um grupo de jogos online. Segundo investigação da polícia, Adam sofria de um transtorno social e tomava medicação. Antigos colegas que foram interrogados afirmaram que ele teria Síndrome de Asperger, uma espécie de autismo.


Outras pessoas próximas garantem que Adam tinha problemas e que isso era evidente há bastante tempo. Beth Israel, cuja filha estudou com o atirador, contou ao “New York Post” que o jovem foi uma criança “problemática”. Justin Germark, de 17 anos, era vizinho de Adam e sabia que o rapaz tinha “uma condição especial”.


— Dava para reparar facilmente — disse Germark ao tabloide. — Mas não diria que ele era antissocial. Parecia alguém lutando para ser social.


Joshua Milas, que participava do grupo de jogos, disse que ele era geralmente uma pessoa feliz, mas que não o via há alguns anos.


— Ele era um bom garoto, inteligente — disse Milas ao “Daily Mail”. — Ele foi uma das pessoas mais inteligentes que conheci. Provavelmente um gênio.


Filho mais novo da professora de escola primária Nancy (que foi encontrada morta, segundo os policiais, em sua casa, com um tiro no rosto) e do diretor fiscal da General Electric Peter Lanza, Adam morava apenas com a mãe. Os pais se separaram em 2008, quando o executivo se mudou para Stamford e se casou com uma bibliotecária da Universidade de Connecticut. O irmão mais velho de Adam, Ryan, de 24 anos, se mudou para Hoboken, Nova Jersey, onde estuda.


Amigos da família lembram de Nancy como uma mãe dedicada e protetora, que passava bastante tempo em casa. Segundo informações da CNN, três das armas (pistolas de calibre 9mm e um rifle semiautomático) encontradas na escola foram compradas legalmente por Nancy. A Associated Press informou que, de acordo com a polícia, Nancy possuía cinco armas de fogo. Todas registradas em Connecticut.


Dan Holmes, dono de uma empresa de paisagismo, descreveu Nancy Lanza à Associated Press como uma ávida colecionadora de armas de fogo, que uma vez mostrou a ele um rifle que ela havia acabado de comprar.


— Ela disse que frequentemente levava os filhos para atirar.


Em interrogatório, Ryan contou às autoridades que acreditava que seu irmão sofresse de “transtorno de personalidade” e garantiu que não tinha contato desde 2010, quando mudou de cidade para estudar. Ainda assim, os investigadores continuaram buscando pistas nos computadores e registros telefônicos de Ryan.


O pai ainda não foi interrogado. A avó materna, Dorothy Hanson, 78 anos, moradora de Brooksville, Flórida, ficou nervosa ao ser procurada por jornalistas. Disse que não soube de nada oficial, não sabia de nada da história, não tinha falado nem com a filha nem com seus netos e começou a chorar, desligando o telefone em seguida.


Colegas da Universidade de Connecticut não conseguiam se aproximar de Adam. Ao “NYT”, Matt Baier, que sentou ao seu lado durante um ano, nas aulas de matemática, não lembra de ele ter dito uma palavra durante o período:


— Mas ele tirava notas altas.


Já a estudante Olivia DeVivo, também da Universidade de Connecticut, tem outra opinião.


— Acho que não foi dado a ele o tipo certo de atenção ou ajuda. Ele passava despercebido, e, por isso, ninguém conseguiu notar que estava sendo montada uma tragédia bem aqui — disse Olivia, também ao “NYT”, lembrando que Adam costumava falar sobre alienígenas e em explodir coisas, mas, à época, considerou isso mais uma conversa típica de adolescentes.


Ainda assim, após saber da tragédia, Olivia entrou em contato com amigos que moram em Newtown.


— Eles não ficaram surpresos — comentou ela. — Disseram que o Adam sempre deu pistas de que seria capaz de fazer isso já que simplesmente não se conectava com a nossa escola e nem com a nossa cidade. Eu nunca o vi com ninguém.


Um ex-colega não identificado declarou que já tinha percebido algum transtorno na rapaz.


— Quando você olhava para ele, dava para perceber todas as emoções passando pela sua cabeça.


Outros ainda afirmaram que Adam ficava desconfortável quando pessoas que não o entendiam riam dele.


Até agora, as autoridades não falaram publicamente de um possível motivo para Adam cometer os assassinatos. Eles não encontraram, por enquanto, nenhuma bilhete ou carta e Adam não tinha antecedentes criminais. Testemunhas disseram ainda que o atirador não disse uma única palavra ao entrar atirando na escola.







Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/adam-lanza-um-jovem-inteligente-timido-antissocial-7061979#ixzz3VrZ6e6ly
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domingo, 29 de março de 2015

AUTISMO – SINDROME DE ASPERGER


 Entendendo estudantes com a Síndrome de Asperger


Guia para professores


Autor: Karen Williams

Obtido da Página do Psiquiatra Infantil Walter Camargos Junior

Crianças diagnosticadas com Síndrome de Asperger (SA) apresentam um desafio especial no sistema educacional . Vistos tipicamente como excêntricos e peculiares pelos colegas , suas habilidades sociais inatas freqüentemente as levam a serem feitas de bode expiatório . Desajeitamento e interesse obsessivo em coisas obscuras contribuem para sua apresentação "ímpar" . Crianças com SA falham no entendimento das relações humanas e regras do convívio social ; são ingênuos e eminentemente carentes de senso comum . Sua inflexibilidade e falta de habilidade para lidar com mudanças leva esses indivíduos a ser facilmente estressados e emocionalmente vulneráveis . Ao mesmo tempo , crianças com AS (na maioria rapazes) tem freqüentemente inteligência na média ou acima da média e tem memória privilegiada . Sua obsessão por tema único de interesse pode levar a grandes descobertas mais tarde na vida .


Síndrome de Asperger é considerada uma desordem do fim do espectro do autismo . Comparando indivíduos dentro desse espectro , Van Krevelen (citado em Wing, 1991) notou que crianças com autismo de baixa funcionalidade "vivem em seu próprio mundo", enquanto que crianças com autismo de alta funcionalidade "vivem em nosso mundo , mas do seu próprio jeito" (pg.99) .


Naturalmente , nem todas as crianças com SA são diferentes . Exatamente porque cada criança com SA tem sua própria personalidade , sintomas SA "típicos" se manifestam de formas específicas para cada indivíduo . Como resultado , não existe uma receita exata para abordagem em sala de aula que possa ser usada para todos os jovens com SA , da mesma forma que os métodos educacionais não atendem às necessidades de todas as crianças que não apresentam SA .


Abaixo estão descrições de sete características que definem a SA , seguidas de sugestões e estratégias de sala de aula para lidar com esses sintomas . (intervenções em sala de aula são ilustradas com exemplos de minha própria experiência lecionando na Escola de Psiquiatria do Centro Médico para Crianças e Adolescentes da Universidade de Michigan . Essas sugestões são oferecidas somente no sentido mais geral , e devem ser adequadas às necessidades únicas de cada estudante com SA .


Insistência em semelhanças


Crianças com SA são facilmente oprimidas pelas mínimas mudanças , altamente sensíveis a pressões do ambiente e às vezes atraídas por rituais . São ansiosos e tendem a temer obsessivamente quando não sabem o que esperar . Stress , fadiga e sobrecarga emocional facilmente os afeta .


Sugestões:


 

  • Fornecer ambiente previsível e seguro ;

  • Minimizar as transições ;

  • Oferecer rotinas diárias consistentes . A criança precisa entender cada rotina do dia e saber o que a espera , de forma a ser capaz de se concentrar na tarefa que tem em mãos ;

  • Evitar surpresas : preparar a criança previamente para atividades especiais , mudanças de horários ou qualquer outra mudança de rotina , independente de quão mínima seja ;

  • Afastar o medo do desconhecido , mostrando à criança as novas atividades , professor , classe , escola , acampamento , etc com antecedência , tão cedo quanto possível depois dele/dela ser informada da mudança, para prevenir medo obsessivo . (por exemplo , quando a criança com SA precisa trocar de escola , ela deve ser apresentada ao novo professor , passear pela escola e ser informada de sua nova rotina antes de começar . A transição da escola velha precisa ser feita nos primeiros dias de forma que a rotina seja familiar para a criança no novo ambiente . O novo professor pode descobrir as áreas de especial interesse da criança e ter livros ou atividades relacionadas disponíveis no primeiro dia da criança .


Dificuldades em interações sociais


Crianças com SA mostram-se inábeis para entender regras complexas de interação social ; são ingênuas ; são extremamente egocêntricas ;


podem não gostar de contatos físicos ; falam junto as pessoas em vez de para elas ; não entende brincadeiras , ironias ou metáforas ;


usa tom de voz monótono ou estridente , não-natural ; uso inapropriado de olhar fixo e linguagem corporal ; são insensíveis e com o sentido do tato deficiente ; interpretam errado as deixas sociais ; não conseguem julgar as "distâncias sociais" exibindo pouca habilidade para iniciar e sustentar conversas ; tem discurso bem desenvolvido mas comunicação pobre ; são às vezes rotulados de "pequeno professor" porque seu estilo de falar é semelhante ao adulto e pedante ; são facilmente passados para trás (não percebem que outros às vezes os roubam ou enganam) ; normalmente desejam ser parte do mundo social .


Sugestões


 

  • Proteger a criança de ser importunada ou bulida ;

  • Nos grupos mais velhos , tentar educar os colegas sobre a criança com SA , quando a dificuldade social é severa , descrevendo seus problemas sociais como uma autêntica dificuldade . Elogiar os colegas quando o tratam com jeito . Isso pode prevenir que se torne bode expiatório , ao mesmo tempo que promove empatia e tolerância nas outras crianças ;

  • Enfatizar as habilidades acadêmicas da criança com SA , criando situações cooperativas onde suas habilidades de leitura , vocabulário , memória e outras sejam vistas como vantajosas pelos colegas , aumentando dessa forma sua aceitação ;

  • Muitas crianças com SA desejam ter amigos , mas simplesmente não sabem como interagir . Eles precisam ser ensinados a reagir a situações sociais e a ter um repertório de respostas para usar em várias situações sociais . Ensinar as crianças o que dizer e como dizer . Modelar interações bidirecionais e treinar . O julgamento social dessas crianças se desenvolve somente depois que lhes são ensinadas regras que os outros entendem intuitivamente . Um adulto com SA escreveu que ele aprendeu a "imitar o comportamento humano" . Um professor universitário com AA observou que seu esforço para entender as interações humanas o fez "sentir-se como um antropólogo em Marte" (Sacks, 1993, pg. 112) ;

  • Embora sua dificuldade para entender as emoções dos outros , crianças com SA podem aprender a forma correta de reagir . Quando insultam sem querer , por imprudência ou insensibilidade , precisa ser explicado a eles porque a resposta foi inapropriada e qual teria sido a resposta correta . Indivíduos com SA precisam aprender as habilidades sociais intelectualmente : seu instinto social e intuição são falhos ;

  • Estudantes mais velhos com SA podem se beneficiar do "sistema amigo" . O professor pode educar um colega sensível e hábil quanto à situação da criança com SA e sentá-los próximos . O colega pode cuidar da criança SA no ônibus , no recreio , nos corredores , etc , e tentar incluí-lo nas atividades da escola ;

  • Crianças com SA tendem a ser reclusos ; o professor precisa incentivar o envolvimento com outros . Encorajar atividades sociais e limitar o tempo gasto em interesses isolados . Por exemplo , um auxiliar do professor sentado na mesa do lanche pode ativamente encorajar a criança com SA a participar da conversa com os colegas , não somente solicitando suas opiniões e lhe fazendo perguntas , mas também sutilmente incentivando as outras crianças a fazer o mesmo .


Gama restrita de interesses


Crianças com SA tem preocupações excêntricas ou ímpares, fixações intensas (às vezes colecionando obsessivamente coisas não-usuais). Eles tendem a "leitura" implacável nas áreas de interesse ; perguntam insistentemente sobre seus interesses ; tem dificuldades para ir avante com ideias ; seguem as próprias inclinações , a despeito da demanda externa ; às vezes recusam-se a aprender qualquer coisa fora do seu limitado campo de interesses .


Sugestões


 

  • Não admitir que a criança com SA discuta perseverantemente ou faça perguntas sobre interesses isolados . Limitar esse comportamento designando um tempo específico do dia , quando a criança pode falar sobre isso . Por exemplo : a uma criança com SA com fixação em animais e tem inumeráveis perguntas sobre um tipo de tartarugas ser permitido fazer essas perguntas somente durante o recreio . Isso fará parte de sua rotina diária e ela aprenderá rapidamente a se interromper quando começar a fazer esse tipo de perguntas em outros horários do dia ;

  • Uso de reforço positivo seletivo , direcionado a formar um comportamento desejado , é uma estratégia crítica para ajudar crianças com SA . Essas crianças respondem a elogios (por exemplo, no caso de um perguntador contumaz , o professor poderia premiá-lo consistentemente assim que ele pare e congratulá-lo por permitir que os outros também falem) . Essas crianças também devem ser premiadas por comportamentos simples e esperados que absorva de outras crianças ;

  • Algumas crianças com SA não querem ensinamentos fora de sua área de interesse . Exigência firme deve ser feita para completar o trabalho de classe . Deve ficar muito claro para a criança SA que ela não está no controle e tem que seguir regras específicas . Ao mesmo tempo , no entanto , encontrar um meio-termo , dando-lhe a oportunidade de perseguir seus próprios interesses ;

  • Para crianças particularmente obstinadas , pode ser necessário inicialmente individualizar todos os conteúdos em redor de sua área de interesse (por exemplo , se o interesse é dinossauros , oferecer sentenças de gramática , problemas de matemática , leitura e escrita sobre dinossauros) . Gradualmente introduzir outros tópicos .

  • Estudantes podem receber a tarefa de relacionar seus interesses com o tema em estudo . Por exemplo , durante o estudo sobre um país específico , uma criança obssecada por trens pode receber a tarefa de pesquisar os meios de transporte usados naquele país ;

  • Usar as fixações da criança como um caminho para abrir seu repertório de interesses . Por exemplo , durante uma unidade "corredores da floresta" o estudante com SA que tinha obsessão por animais foi levado não somente a estudar os animais corredores da floresta , mas a própria floresta , que é a casa dos animais . Ele se motivou a aprender sobre o povo local que era forçado a cortar as árvores do habitat dos animais da floresta para sobreviver .


Concentração fraca


Crianças com SA são frequentemente desligadas , distraídas por estímulos internos ; são muito desorganizados ; tem dificuldade para sustentar o foco nas atividades de sala de aula (freqüentemente a atenção não é fraca , mas seu foco é "diferente" ; os indivíduos com SA não conseguem filtrar o que é relevante [Happe, 1991] , de modo que sua atenção é focada em estímulos irrelevantes) ; tendência a mergulhar num complexo mundo interno de uma maneira mais intensa que o típico "sonhar acordado" e tem dificuldade para aprender em situações de grupo .


Sugestões


Uma tremenda quantidade de estrutura externa precisa ser arregimentada se se espera que a criança com SA seja produtiva em sala de aula . Conteúdos devem ser divididos em pequenas unidades e o professor deve oferecer freqüentes feedbacks e redirecionamentos ;


Crianças com problemas severos de concentração se beneficiam de sessões de trabalho com tempo definido . Isso as ajuda a se organizar . Trabalho de classe que não seja completado no tempo limite (ou feito sem cuidado dentro do tempo limite) deve ser completado no tempo particular da criança (isto é , durante o recreio ou durante o tempo usado para seus interesses especiais) . Crianças com SA podem às vezes "empacar" ; eles precisam de convicção e programa estruturado que os ensine que agir conforme as regras leva a reforço positivo (esse tipo de programa motiva a criança SA a ser produtiva , aumentando a auto-estima e diminuindo o nível de stress , porque a criança vê a si própria como competente) ;




  • No caso de estudantes de ensino regular , fraca concentração , baixa velocidade e desorganização severa podem tornar necessário diminuir sua carga de tarefas de casa/classe e/ou arranjar tempo numa sala de recuperação onde um professor especial possa dar-lhe a estrutura adicional que precisa para completar as tarefas de classe e casa (algumas crianças com SA são tão inábeis para se concentrar que isso gera stress indevido nos pais , por esperar-se que eles gastem horas toda noite tentando fazer a lição de casa com seu filho) ;

  • Sentar a criança com SA na frente da classe e fazer-lhe frequentes perguntas diretas , para ajudá-lo a prestar atenção à lição ;

  • Trabalhar uma sinalização não-verbal com a criança (por exemplo , um gentil toque no ombro) quando não estiver atenta;

  • Se o "sistema amigo" for usado , sentar o amigão junto a ele , de modo que este possa lembrá-lo a voltar à tarefa ou prestar atenção à lição ;

  • O professor precisa encorajar ativamente a criança com SA a deixar suas idéias e fantasias para trás e se focar no mundo real . Isso é uma batalha constante , uma vez que o conforto desse mundo interior é tido como muito mais atraente que qualquer coisa na vida real . Para crianças pequenas , até mesmo jogos livres precisam ser estruturados , porque eles podem entrar num mundo solitário , e jogos ritualizados de fantasia podem levá-los a perder contato com a realidade . Encorajando a criança com SA a brincar com uma ou duas outras crianças , com supervisão , não somente estrutura os jogos como oferece a oportunidade de praticar habilidades sociais .


Fraca coordenação motora


Crianças com SA são fisicamente desajeitadas e rudes ; tem andar duro e desgracioso ; são mal sucedidos em jogos envolvendo habilidades motoras ; e experimentam déficit em motricidade fina que causa problemas de caligrafia , baixa velocidade de escrita e afeta sua habilidade para desenhar .


Sugestões


 

  • Encaminhar a criança com SA para um programa de educação física adaptado , se os problemas motores grossos forem severos ;

  • Envolver a criança com SA num currículo de saúde e forma física , ao invés de em esportes competitivos ;

  • Não empurrar a criança a participar em esportes competitivos , uma vez que sua fraca coordenação motora só pode levar a frustração e rejeição dos membros do time . À criança com SA falta a compreensão social da coordenação das ações de cada um sobre os outros do time ;

  • Crianças com SA podem precisar de um programa altamente individualizado que imponha traçar e copiar no papel , acoplado com padrões motores no quadro negro . O professor guia a mão da criança repetidamente , formando as letras e conexões das letras e também usa a descrição verbal . Uma vez que a criança guarde a descrição na memória , ela pode falar para si própria enquanto forma as letras , independentemente ;

  • Crianças pequenas com SA se beneficiam com linhas guia , que os ajudam a controlar o tamanho e uniformidade das letras que escrevem . Isso também as força a usar o tempo para escrever com atenção ;

  • Quando aplicando tarefas com tempo definido , certificar-se que a menor velocidade de escrita da criança esteja sendo levada em conta ;

  • Indivíduos com SA podem precisar de mais tempo que seus colegas para completar as provas (fazer as provas na sala de apoio não somente oferece mais tempo mas também fornece a estrutura adicional e o redirecionamento do professor que essas crianças precisam para se focar na tarefa em mãos) .


Dificuldades acadêmicas


Crianças com SA usualmente tem inteligência média ou acima da média (especialmente na esfera verbal) mas falham em pensamentos de alto nível e habilidades de compreensão . Tendem a ser muito literais : suas imagens são concretas , a abstração é pobre . Seu estilo pedante de falar e impressionante vocabulário dão a falsa impressão de que entendem daquilo que estão falando , quando em verdade estão meramente papagueando o que leram ou ouviram . A criança com SA freqüentemente tem excelente memória , mas isso é de natureza mecânica , ou seja , a criança pode responder como um vídeo que toca em seqüência . As habilidades de solução de problemas são fracas .


Sugestões


 

  • Providenciar um programa acadêmico altamente individualizado , estruturado de forma a oferecer sucessos consistentes . A criança com SA precisa de grande motivação para não seguir seus próprios impulsos . Aprender precisa ser gratificante e não um motivo de ansiedade ;

  • Não assumir que a criança com SA aprendeu alguma coisa só porque ela papagueou o que ouviu ;

  • Oferecer explicação adicional e tentar simplificar quando os conceitos da lição são abstratos ;

  • Capitalizar sua memória excepcional : reter informações fatuais é freqüentemente seu forte ;

  • Nuances emocionais , múltiplos níveis de significado e relacionamentos , como os presentes em livros de romance , serão freqüentemente não compreendidos ;

  • As colocações escritas de indivíduos com SA são freqüentemente repetitivas , fogem de um objeto para outro e contém incorretas conotações para as palavras . Essas crianças freqüentemente não sabem a diferença entre conhecimento geral e idéias pessoais e , então , assumem que o professor irá entender suas expressões às vezes sem sentido ;

  • Crianças com SA freqüentemente tem excelentes habilidades de reconhecimento de leitura , mas a compreensão da linguagem é fraca . Cautela ao assumir que entenderam aquilo que leram com tanta fluência ;

  • O trabalho acadêmico pode ser de baixa qualidade porque a criança com SA não é motivada a aplicar esforço em áreas nas quais não se interessa . Expectativas muito firmes devem ser levantadas sobre a qualidade do trabalho produzido . O trabalho executado dentro do tempo previsto deve ser não somente completo , mas feito com cuidado . A criança com SA deve corrigir tarefas de classe mal feitas durante o recreio ou durante o tempo que normalmente usa para seus interesses particulares .


Vulnerabilidade emocional


Crianças com Síndrome de Asperger tem a inteligência para cursar o ensino regular , mas elas freqüentemente não tem a estrutura emocional para enfrentar as exigências de sala de aula . Essas crianças são facilmente estressadas devido à sua inflexibilidade . A auto-estima é pequena , e eles freqüentemente são muito autocríticos e inábeis para tolerar erros . Indivíduos com AS , especialmente adolescentes , podem ser inclinados à depressão (é documentada uma alta percentagem de adultos SA com depressão) . Reações de raiva são comuns em resposta a stress/frustração . Crianças com SA raramente relaxam e são facilmente acabrunhados quando as coisas não são como sua forma rígida diz que devem ser . Interagir com pessoas e copiar as demandas do dia-a-dia lhes exige um esforço hercúleo .


Sugestões:


 

  • Prevenir explosões oferecendo um alto nível de consistência . Preparar a criança para mudanças na rotina diária , para diminuir o stress (veja a sessão "Resistência a Mudanças") . Crianças com SA freqüentemente se tornam amedrontadas , raivosas e inquietas em face a mudanças forçadas ou não esperadas ;

  • Ensinar à criança como lidar quando o stress a sobrecarrega , para prevenir explosões . Ajudar a criança a escrever uma lista de passos bem concretos que possam ser seguidos quando estiver confusa (por exemplo, 1- respirar fundo três vezes; 2- contar os dedos de sua mão direita lentamente , três vezes ; 3- pedir para ver o pedagogo, etc.) . Incluir na lista um comportamento ritualizado que a criança ache reconfortante na lista . Escrever esses passos num cartão que vá no bolso da criança de modo que sempre esteja disponível para ler ;

  • Efeitos refletidos na voz do professor devem ser reduzidos ao mínimo . Seja calmo , previsível , e senhor dos fatos nas interações com crianças com AS , enquanto claramente indique compreensão e paciência. Hans Asperger (1991) , o psiquiatra que deu seu nome à síndrome , notou que "o professor que não entende que é necessário ensinar às crianças [com SA] coisas óbvias se sentirá impaciente e irritado" (pg.57) . Não espere que a criança com SA reconheça que está triste/deprimida . Da mesma forma que não percebem os sentimentos dos outros , essas crianças podem ser também inconscientes de seus próprios sentimentos . Elas freqüentemente cobrem sua depressão e negam seus sintomas ;

  • Professores devem estar alertas para mudanças no comportamento que possam indicar depressão , como níveis excepcionais de desorganização , apatia ou isolamento ; limiar de stress diminuído ; fadiga crônica ; choro ; anotações suicidas , etc . Não aceitar a afirmação da criança , nesses casos , de que está "OK" ;

  • Informe sintomas para o terapeuta da criança ou faça um exame de saúde mental , de modo que a criança possa ser avaliada quanto a depressão e receba tratamento , se necessário . Devido a essas crianças não serem capazes de perceber suas próprias emoções e não poderem procurar conforto com os outros , é crítico que depressão seja diagnosticada rapidamente ;

  • Esteja consciente que adolescentes com SA são especialmente sujeitos a depressão . Habilidades sociais são altamente valiosas na adolescência e o estudante com SA é diferente e tem dificuldades para formar relacionamentos normais . O trabalho acadêmico freqüentemente se torna mais abstrato e o adolescente com SA encontra tarefas mais difíceis e complexas . Em um caso , o professor notou que um adolescente com SA parou de reclamar das tarefas de matemática e então acreditou que ele estava copiando muito melhor. Na realidade , sua subsequente organização e produtividade decaiu em matemática . Ele escapou para seu mundo interior para esquecer de matemática , e então simplesmente parou de copiar ;

  • É crítico que adolescentes com SA que estejam no ensino regular tenham um membro do staff de suporte com quem possam fazer uma checagem pelo menos uma vez por dia . Essa pessoa pode ver como ele está copiando as aulas diariamente e encaminhar observações para os outros professores ;

  • Crianças com SA precisam receber assistência acadêmica assim que dificuldades numa área em particular sejam notadas . Essas crianças são rapidamente sobrecarregadas e reagem muito mais severamente a falhas que outras crianças ;

  • Crianças com SA que sejam muito frágeis emocionalmente podem precisar ser colocadas numa sala de aula altamente estruturada de educação especial que possa oferecer programa acadêmico individualizado . Essas crianças precisam de um ambiente no qual possam ver a si próprias como competentes e produtivas . Nesses casos , colocá-las no ensino regular , onde não podem absorver conceitos ou completar tarefas , serve somente para diminuir sua auto-estima , aumentar seu afastamento e colocá-las em estado de depressão . (Em algumas situações , uma tutora particular pode ser melhor para a criança com SA que educação especial . A tutora oferece suporte afetivo , estruturado e realimentação consistente) .


Crianças com a síndrome de Asperger são tão facilmente sobrecarregadas pelas pressões do ambiente , e tem tão profunda diferença na habilidade de formar relações interpessoais , que não é de se surpreender que causem a impressão de "frágil vulnerabilidade e infantilidade patética" (Wing, 1981, pg. 117) . Everard (1976) escreveu que quando esses jovens são comparados aos colegas sem problemas "instantaneamente se nota como são diferentes e que enormes esforços tem de fazer para viver num mundo onde não se fazem concessões e onde se esperam que sejam conformes" (pg.2) .


Professores podem ter significado vital em ajudar a criança com SA a aprender a negociar com o mundo ao seu redor . Uma vez que as crianças com SA são freqüentemente inábeis para expressar seus medos e ansiedades , é muito importante que adultos façam isso por eles para levá-los do mundo seguro de fantasia em que vivem para as incertezas do mundo externo . Profissionais que trabalham com esses jovens na escola fornecem estrutura externa , organização e estabilidade que lhes falta . O uso de técnicas didáticas criativas , com suporte individual para a síndrome de Asperger é crítico , não somente para facilitar o sucesso acadêmico , mas também para ajudá-los a sentir-se menos alienados de outros seres humanos e menos sobrecarregados pelas demandas do dia-a-dia .







Contato, críticas e sugestões

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Esta página foi construída em 02/03/2002, a última atualização 19/06/2003

Créditos: Eduardo Henrique Corrêa da Silva

Mãe de Crianças Superdotadas


https://www.blogger.com/profile/13663327239543746428

http://maedecriancassuperdotadas.blogspot.com.br/

O blog traz experiências, artigos e informações de uma advogada que atua na área da Educação, e que é pós-graduada em Neurociência e Psicologia Aplicada, sendo ela mãe de duas crianças superdotadas e palestrante sobre este tema.Com esta formação eclética que a Autora possui, ela é capaz de orientar seu público, de uma forma mais interdisciplinar que este tema demanda.

terça-feira, 29 de outubro de 2013


Em Síndrome de Asperger e a Escola Fundamental (Soluções e Práticas para Dificuldades Acadêmicas e sociais)


Em Síndrome de Asperger e a Escola Fundamental (Soluções e Práticas para Dificuldades Acadêmicas e sociais), Asasociação Mias 1, Susan Thompson Moore

A autora é Mestre em Educação e Mãe de um menino com Síndrome de Asperger

Susan Thompson Moore, M.Ed.

Susan Thompson Moore, M.Ed., is an elementary teacher, parent of a child diagnosed with Asperger Syndrome, and owner of a production company that produces programs on autism and Asperger Syndrome. Drawing from both her professional and personal experience, Susan speaks at local and national conferences, offering practical solutions to the academic and social difficulties of children with Asperger Syndrome.

HABILIDADES SUPERIORES

Algumas crianças com Síndrome de Asperger (SA ) apresentam talentos ou habilidades superiores em algumas áreas, e por isso precisam ser desafiadas de forma apropriadas nas áreaes em que são bem dotadas. Muitas invenções descobertas e obras de arte têm sido feitas por pessoas com SA ou por pessoas que manifestam características de SA. Esses cientistas e artistas são pensadores originais, como interesses e habilidades únicas : um cientista que mudou o mundo com suas descobertas, um música que escreveu  muitas obras-primas e um professor que publicou numerosos artigos e livros sobre a cultura de um país distante.

Muitos educadores e psicólogas IDENTIFICARAM UMA SÉRIE DE COMPORTAMENTOS DE PESSOAS SUPERDOTADAS QUE AGORA ESTÃO SENDO IDENTIFICADAS COMO CARACTERÍSTICAS DE INDIVÍDUOS COM ASPERGER. WINNER (1996) descreve crianças superdotadas incluindo as seguintes características :

 

  • Manter a atenção por longo tempo ;

  •  

  • Grande vocabulário e grande capacidade de armazenar conhecimento verbal ;

  •  

  • Reações de intensidade anormal a barulho, dor e frustração ;

  •  

  • Questionamento persistente ;

  •  

  • Alto nível de energia ;

  •  

  • Interesses obsessivos ;

  •  

  • Memória prodigiosa ;

  •  

  • Raciocínio Lógico ;

  •  

  • Dificuldade escrita manual ;

  •  

  • Dificuldades sociais ;

  •  

  • Preferência por amigos mais velhos ;

  •  

  • Excelente senso de humor ;

  •  

  • Interesse em questões morais e filosóficas ;

  •  

  • Habilidades independentes : superdotados em algumas áreas, mas, não em outras.

  •  


Pode haver um estudante que sabe dizer os nomes de todos os presidentes americanos, seu local de nascimento e anos de mandato, e, ao mesmo tempo não ter amiigos. Senta-se sozinho no recreio, lendo um livro sobre presidentes. Ele é obviamente brilhante, mas acrece das habilidades para interagir com os colegas. O que o futuro guarda para tias crianças, quando tantos trabalhos requerem habilidades de comunicações interpessoal e manejo das interações sociais ? Para alguns, comunicação interpessoal e manejo das interações sociais ? Para alguns suas deficiências sociais e de linguagem afetaram tanto as suas vidas que eles não conseguem manter um emprego ou acabar a escola, apesar de seus dotes especiais. Como é triste pensar que alguns desses indivíduos nunca alcançarão seu potencial !

Muitas escolas oferecem Clubes de Ciências, Xadrês, Meio Ambiente e História, onde os estudantes com Asperger podem  explorar e desenvolver seus interesses especiais e outras oferecem clubes musicais, depois das aulas, onde os estudantes ficam juntos para praticar seus instrumentos. Se você reconhecer e cultivar os talentos dos estudantes com Asperger  e oferece-lhes intervenções e apoio, eles poderão desenvolver seu potencial para fazer aquisições surpreendentes. Todos têm potencial para encontrar realização e felicidade ao longo da vida.

As características cognitivas das crianças com Asperger são numerosas e complexas. Algumas têm deficiências de aprendizado, muitas têm dificuldade com a Teoria da Mente e funções executivas e algumas têm habilidades superiores. Cada criança com Asperger É DIFERENTE E DEVE SER TRATADA COMO UM INDIVÍDUO.

“Trate as pessoas como se elas fosse o que deveriam ser e você as ajuda a se tronarem o que elas são capazes de ser”. (Johann W. Von Goethe)

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Sobre a autora


Claudia Hakim Advogada especializada em Direito Educacional, Pós Graduada em Neurociências e Psicologia Aplicada, Consultora em Direito Educacional, Parecista e Palestrante na Área do Direito Educacional e Superdotação, Mãe de duas crianças superdotadas, Claudia Hakim é assessora na área de Educação e Superdotação. Com sua formação eclética consegue orientar mais adequadamente aqueles que lhe procuram. Se quiser uma consulta ou assessoria em superdotação (honorários serão cobrados) ou indicação de profissionais para avaliar eventual superdotação ou outra condição que esteja afetando ou prejudicando o desenvolvimento de seu filho, escreva para : claudiahakim@uol.com.br Infelizmente, por conta da grande procura de seu trabalho, a autora não tem como atender e nem orientar gratuitamente, quem assim lhe procurar. As orientações serão cobradas como consulta, a serem previamente combinadas com ela, a não ser nos casos de pedidos de indicação profissional, em que a autora se aterá a indicar o profissional solicitado, mas não orientará os familiares (a não ser que estes queiram contratá-la para tanto). Visualizar meu perfil completo

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Android Virtual Device Creation










This post is part of a series called Learn Android SDK Development From Scratch.

Android Downloads and Extras

Connecting Physical Android Devices To Your Development Machine





A fundamental part of creating Android applications is running and testing them. Testing your code and app implementation on real devices is important, but emulating other scenarios and having the convenience, protection, and cost savings of not owning every Android device ever created keeps development realistic. Learn how to create Android Virtual Devices (AVDs) in this tutorial.

This tutorial is for the Java developer just getting started learning Android, who is familiar with Eclipse, and has installed the Android SDK and Android Developer Plugin for Eclipse, and is ready to run the emulator. If you have not prepared as such, see the previous tutorials in this series.

We'll get started by creating a simple, stock AVD that represents a fairly generic Android device. This AVD will be your “goto” configuration when you launch your app for testing and debugging.

The easiest way to launch the Android Virtual Device Manager is to click on the Android toolbar button that looks like a tiny phone from within Eclipse. This will launch the tool, as shown, and display any AVD configurations you have already created.


Now click the New... button from within the Android Virtual Device Manager. You'll be presented with a dialog to fill in some configuration details about your AVD:


Not much information is needed to create a basic AVD. Give the AVD a descriptive name (such as "AVD-API16") and choose the target platform such as "Android 4.1 - API Level 16". The CPU/ABI is automatically chosen, but you must have at least one System Image downloaded for any to appear. Choose an SD Card size. For basic testing AVDs, we usually use 64MB for the SD Card size, but keep in mind that this space will be blocked off on your development machine, so if you create a lot of AVDs, they will take up a lot of space. Leave the rest of the options as the defaults for now.


Press the Create AVD button. The AVD creation process can take a few moments. Once complete, you'll be back at the list of AVDs, with your newly created one now available.


AVDs are basically definitions that tell how to configure the Android emulator. Launching an AVD and starting the emulator are synonymous. There are several ways to launch an AVD. Within Eclipse, some options include automatically launching an emulator with a specific AVD when you start debugging, manually launching when you start debugging, and simply launching through the Android Virtual Device Manager. We recommend launching AVDs ahead of time through the Android Virtual Device Manager before you dive into compiling and debugging your actual code. This way, your emulator and AVD are up and running before debugging starts. This is the method we'll use now.
Note: If you're coming here with Android experience, this tutorial technically comes before debugging so we'll not get into that just yet.


If you're not already in the AVD Manager, launch it now. Typically, you'll do this with the button that looks like a little phone icon ( as we did in Part 1, Step 1).


Now select the AVD you wish to launch and press the Start... button. You'll get a dialog like this one.

Starting from the bottom (and least complex), you'll see two snapshot options. Save to snapshot means when you exit the emulator, the state of the emulator will be saved. This takes some time to set up, depending on the amount of RAM given to the emulator. Launching from snapshot means the emulator will use a previously saved snapshot to restore. When one exists, launch times are very fast compared to a cold launch without the snapshot feature.

Next up is an option to wipe user data. This basically resets the AVD to a fresh state, much like a factory reset. There are many testing scenarios where you’ll want a nice clear slate, although once you are further along in developing and testing your application, you’re more likely to want user data to stick around while you perform deeper and broader test scenarios.

Next, there is the option to scale the emulator display to real physical screen size. This means, if the numbers are all chosen correctly, that the emulator screen on your monitor will appear at the same size as the screen on a device. The density of the two devices (your computer monitor and the device screen) are probably different, so a different number of pixels will be used on your computer monitor (usually less, unless you have a very high density monitor or are simulating a low density device). Pressing the little "?" button will display another dialog that gives some sample screen resolutions and monitor sizes and will fill in some details. It covers a wide variety of common cases, but certainly not all.

The following figure shows a sample configuration. We used settings to draw the WVGA800 screen on a common 24" 1080p monitor at 4" diagonal. Our desktops have multiple monitors (of different sizes), so we'll have to keep this in mind when moving the emulator between screens.

The Scale value implies that it's going to use 40% fewer pixels both vertically and horizontally. This isn't the place to look for pixel level-detail, rather it's the place to look for useful sizing, such as whether or not a button is big enough for a finger to tap it.

Leaving this option off draws the emulator screen pixel for pixel on your monitor. This is how we usually use it unless we are focusing in UI/UX design.

Now press the Launch button. The emulator will start. In it's current form, the emulator will take a while to launch the first time. Subsequent launches will be faster. Some tools and extras can be used on some machines to dramatically speed up the emulator. Here's an emulator screen scaled to 4" on a 24" 1920x1080 monitor.


The AVDs have many options to control screen size, memory size, input types, and several other characteristics found on Android hardware devices. We've covered how to configure AVDs for various types of devices in Common Android Virtual Device Configurations and Android Tablet Virtual Device Configurations. This section will not repeat that information. Instead, we'll talk about another way to create AVDs that closely mimic popular Android devices: by using manufacturer-supplied add-ons.

You've learned how to download add-ons using the Android SDK Manager. Pick a device and download the add-on. We've picked the ICS_R2 one from Motorola for this demonstration, which is a bit of a hard to figure name that really just provides an add-on for the Atrix HD handset.

Open the Android Virtual Device Manager. Begin to create a new AVD as usual. In the Target section, select"ICS_R2 (Motorola Mobility, LLC.) - API Level 15." This will fill in a variety of AVD options for you, including many hardware flags and a skin. Click Create AVD.


One setting this “preset” doesn't do is set the screen size. If you know the screen size you want to emulate, you can fill in the physical size of your device and set the DPI of your development machine's monitor, as we did earlier.

Launch the AVD using one of th
e several methods described earlier. You'll immediately see some differences:

But don't let all these differences let you think you're running the real device. You aren't. This is still the emulator and can't replace testing on the real device. When it comes to stock apps and third party APIs, though, you'll be able to test much more accurately than with the generic Android emulator configurations. Many of the add-ons come with new system images that contain many of the manufacturers updates that are not found in the base versions. There is a catch, though. Most manufacturer’s system images don't come with the Google apps, whereas the real devices do.

You've learned how to create AVDs for a variety of Android device types. You've learned how to launch the emulator using these AVDs. If you're like us, it won't be long before you'll be cleaning up your AVD list because you've created too many you don't use; for organizational purposes, we highly recommend you use descriptive names for your AVDs so you can tell what led you to create them in the first place!.

You're well on your way to Android development. What kinds of apps are you looking forward to creating? Let us know in the comments!




Mobile developers Lauren Darcey and Shane Conder have coauthored several books on Android development: an in-depth programming book entitled Android Wireless Application Development (now in it's third edition as a two-volume set), Sams Teach Yourself Android Application Development in 24 Hours, and Learning Android Application Programming for the Kindle Fire: A Hands-On Guide to Building Your First Android Application. When not writing, they spend their time developing mobile software at their company and providing consulting services. They can be reached at via email to androidwirelessdev+mt@gmail.com, via their blog at androidbook.blogspot.com, and on Twitter @androidwireless.



sexta-feira, 27 de março de 2015

P2P IP Camera

Pan Tilt







P2P IPCAM User Manual

(For Windows OS)










IP camera User Manual

Our products penetrate the P2P technology, such as computer plug and play with
networking so it makes Telecom, China Netcom, 3G smooth exchange of visits, which
achieve Internet Interworking ideal target.

Note: The picture is for reference only.

1.Hardware Installation

.1.1 Open the package and take the ip cam and accessories out, First install the ipcam
wireless antenna


.1.2 Fix the ip camera, insert one end of the network cable to the camera tail Ethernet
card interface, on the other end of the RJ45 network interface connected to a router or
switch..



.1.3 The software of IP Camera support windows XP/Vista/windows7 etc. operation
system, Pls use the power adapter to connect the DC5V port on the back of the ip
camera. Plug the other end to an electrical outlet. Check the card's power indicator light
(yellow) and the network indicator (green) is working properly, the camera pan and tilt
rotate automatically..







2 .Software Installation

.2.1Please insert CD into your computer's CD-ROM driver, it will operate automatically, if
not, pls double click the “autorun.exe” ,the file can be opened.



Mouse over the icon will be prompted

Click “search.exe”, Follow the tips,LAN tool is installed into the system and generated
on the desktop“IP Camera Search "

.2.2 Search the device and login

The LAN run search tools "IP Camera Search", the program will find the network
cameras and displays the search to the IP address, port number, the name. If WIFI
wireless connected, it will display the IP address of the wireless. As shown,



2.Manually rewrite the IP
parameters Port name

1.Check the DHCP to obtain an IP

To select Basic information can change the parameters, click Set to save the changes



.and enter the IP address directly open the login authentication page (for example, enter:
http://192.168.1.122: 81 )to open the login screen as shown below shown,



Default password :none

default login user name:admin

.After entering the correct user name and password and click "OK" to open the monitor
screen click on the appropriate browser model.



3.Click



1 Select the operating language

2.First need to install special Activx control


.2.3 Wireless network settings

Tick in the " wireless LAN " behind . You want to connect to and select SSID , the input
selection SSID password , as shown below:



2 . Selected list router

1. Click the Search button

3 . Enter the wireless network password

.2.4 DDNS settings

ipcam(DDNS built-in)no need settings

Select service providers: Please select a server of the service provider, such as:
dyndns.org.3322.org.365home.org

Application domain address: Fill in the user application domain address, as shown
below:(Demo.dyndns.org)

User name and password: fill in the the DDNS account number and password, if you use
the ipcam domain name, you can find the username and password in the camera tab:
DDNS account and password.



Extranet landing camera simply in the browser address bar and transportation equipment
DDNS domain name address plus port number of the camera you can access the IP
camera !





3. Installation plug-and-play software

.Install the plug and play software DeviceClient ,After installed, the icon will display
on the screen, click to open it to view. Click ”Devices list” , Double-click search
camera ID Online to add LAN camera in the pop-up box click "Open search interface






3.1 Add cameras

·Enter an ID number

The factory default password: blank

The factory default user name :admin

1 . Fill device ID number

·Dragged the device to display box after you type the ID ect.



2.Please drag cam into Display

·Now we can see it as below.


Note: The camera can be in the LAN or WAN, but it must be connected to the Internet !



3.2 Add camera in LAN

·Click "Device List " , the following dialog box :


Click on the list of devices


External network equipment Click
the Add button



LAN equipment Click to open the search interface

3.2.1 Adding camera in LAN

·Double-click the camera ID search to add LANcamera after click "Open search
interface





1. Click search

2 .Double-click the camera IP

3. Click OK



The default user
name



Free device naming











3.2.2 LAN equipment successfully added



To add LAN equipment successfully close the window

·Turn off the window , return interface



Dragged into the display box


The monitor screen is displayed :



3.3 Add camera in WAN

·Click " Add " button , input the ID number of the device and related information ,
as shown below process :





3. Enter the user name

2. Enter the device name (optional fill )

1. Click on the list of devices



5. Complete click OK



4. Fill in the device ID number




6. Finally, close the window

Add a good remote device table





3.3.1 Remotely device is added successfully


Dragged into the display box



View all video :




3.4 The interface function

3.4.1 PTZ control

( Note : This feature is available only with the head of effective models )



Up

Down


Click on the direction of the arrow ,

Camera pan and tilt will move accordingly

centered

Left



Right




5. Alarm switch is closed

6. Alarm switch opens



3.4.2 Video control

Function Description:



1. On / Off monitor voice

2. On / Off intercom

3. Video

4. photo

5. Close the video window

6. Multi-device Centralized monitoring

Click screen button to select the picture displayed on the
same screen