Deu no Valor: Petrobras usa GNU/Linux para prospectar petróleo Editoria: Empresas 16/Jul/2004 - 11:44 IBM é líder do projeto, que custou US$ 2 milhõesPor : João Luiz Rosa Quem entra no centro de processamento de dados da Petrobras no Espírito Santo pode não dar muita atenção a um cluster - um agrupamento de computadores - que ocupa meros 3,6 metros quadrados do complexo. Mas é nessa área relativamente pequena que se concentra um sistema fundamental para a companhia de petróleo. São, ao todo, 252 servidores interligados - cada um com dois processadores, o motor da máquina - que se comportam como um único grande computador e realizam um trabalho crítico para a empresa: o processamento sísmico, pontapé inicial de qualquer projeto de exploração de petróleo. Todo feito com base no sistema operacional Linux, de código aberto, o cluster foi montado pela IBM, que venceu a concorrência e combinou seus equipamentos ao software da Landmark, em um projeto de US$ 2 milhões, implantado em tempo recorde. "Foram apenas três semanas para instalar, testar e colocar os equipamentos em funcionamento", conta Sérgio Camórcio, gerente da unidade responsável pelo projeto na IBM. Tempo era uma questão essencial para a Petrobras. A história começou no fim do ano passado, quando os técnicos da companhia de petróleo no Espírito Santo depararam-se com o que poderia transformar-se em um sério risco para os planos de exploração em águas profundas. Pelas regras atuais, as empresas do setor têm prazos específicos - de três anos em média, embora isso possa variar - para analisar uma área de concessão e iniciar ou não os trabalhos de exploração. Depois, a área tem de ser "devolvida" à Agência Nacional de Petróleo (ANP). O que a Petrobras constatou é que, com os recursos de tecnologia de que dispunha, um projeto de prospecção em águas profundas estava fadado ao atraso e era necessário acelerar o processamento sísmico. "Esta é uma das fases mais demoradas do processo exploratório", diz Carlos Eduardo Moreira Gastão, gerente de tecnologia da informação (TI) da unidade da Petrobras no Espírito Santo. "Pode-se levar de três meses a um ano só para uma parte da concessão." Em linhas gerais, o processamento sísmico consiste na análise dos dados colhidos sobre uma área geográfica. É com base nos dados, interpretados por geógrafos, que a empresa de petróleo decide se vale a pena ou não investir em uma determinada concessão. "Quanto mais rápida e acurada é a informação, menor o risco da empresa", observa Camórcio. Correndo contra o tempo, a Petrobras foi ao mercado e, ao final de uma seleção que durou dois meses, escolheu a IBM e seu projeto de Linux. "Já usávamos Linux para esta tarefa, mas a capacidade de processamento anterior era insuficiente", diz Gastão. Uma das novidades do novo sistema é a tecnologia blade. Cada servidor é uma espécie de lâmina ou disco que não apresenta cabos, mecanismos de rede etc. Tudo isso fica em um gabinete - o bladecenter - que compartilha os recursos com os servidores. Cada gabinete comporta até 84 equipamentos. O resultado é a simplificação da infra-estrutura, o que tornou possível "encolher" o tamanho do cluster para atender a outra necessidade da Petrobras: o pequeno espaço disponível no centro de dados. O uso do Linux completa a estratégia, diz Camórcio. "O Linux une capacidade de execução e simplicidade." Um exemplo: se um dos servidores tiver um problema, o processamento é redistribuído pelos demais. Entre março e maio, a Petrobras concluiu uma de suas análises e, agora, está pronta para iniciar outras, usando o sistema. A empresa está utilizando 480 dos 504 processadores disponíveis, mas já pensa em ampliações. "Posteriormente, pode ser que tenhamos a necessidade de ampliar a capacidade", diz Gastão. | |
Fonte: Valor Online |
Nota: Noticia de 2004: http://portalantigo.softwarelivre.org/news/2707
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