Petrobras vai normatizar contratação de software livre
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Jorge Sued, gerente da área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Petrobras, afirmou que, em 2009, a companhia terá um padrão efetivo para normatizar a contratação, manutenção e suporte de aplicações baseadas em "open source".
Como empresa de economia mista, a Petrobras não é obrigada a seguir a política governamental que determina prioridade ao software livre. Mas, segundo Sued, já houve seleções em que aplicações baseadas no "open source" foram vencedoras, não por questão de custo, mas por qualidade técnica.
"Não há nada grátis no modelo empresarial do 'open source'. A nossa idéia é normatizar porque é um mundo novo. Há questões de suporte, manutenção e evolução que precisamos e queremos definir", sublinhou o gerente.
Sued observou que o modelo tradicional de compra de software, hoje, envolve a compra da licença de uso e o acerto contratual de manutenção, atualização e suporte. No "open source", diz ele, não há compra de licença de software, mas é preciso pensar na atualização, no suporte e no modelo que será dado a ele no ambiente empresarial.
Jorge Sued participou nesta quarta-feira, 1/10, do segundo dia do Rio Info 2008, no painel "Engenharia de aplicações web e software profissional" e o seu uso no País. Em sua apresentação, o gerente deixou claro que a Petrobras investe em inovação e endossa empresas com aplicações específicas para o seu negócio fim.
"Desenvolver soluções não é nosso mundo. Vamos comprar sempre do mercado", afirmou. Atualmente, a superintendência de TIC da gigante brasileira, que inclui TI e telecomunicações, conta com um time de nove mil profissionais.
Ao ser indagado pela platéia presente ao debate sobre o motivo de a Petrobras não criar uma política própria de compras que beneficie empresas de software nacionais, Sued foi objetivo: a Petrobras abre portas, mas tem um negócio que repercute na Bolsa, e há casos em que a empresa desenvolvedora do aplicativo não consegue seguir o ritmo de crescimento da maior corporação do País.
"Temos a política de pensar sempre no re-uso e no aproveitamento de aplicativos já incorporados à rotina da Petrobras. Não podemos comprar de uma empresa somente porque ela é brasileira", explicou.
"Se a empresa não me garante suporte ou recursos mínimos para a manutenção do aplicativo, não há como usar seus produtos. Esta é a realidade do ambiente de negócios. Mas se a empresa nacional for capaz, ela participa de nosso processo seletivo", detalhou.
Com relação ao software livre, Sued reforçou que existe a exigência da normatização porque qualquer mudança em um aplicativo fere as próprias políticas do 'open source'."Há comunidades de desenvolvimento atuantes. Não podemos pensar em usar uma ferramenta sem possuir regras para este mundo que estamos descobrindo", enfatizou.
"O software livre está ganhando espaço. A prova é que a Petrobras vai criar normas para utilizá-lo", completou Sued. Ele, no entanto, não quis estimar prazos para a criação dessa normatização.
* fonte: Convergência Digital
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