sexta-feira, 21 de março de 2014

Maioria dos casos de pedofilia começam pela internet


Computador no quarto da criança, um cenário perfeito para um crime.





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Do outro lado, pode estar o agressor. Os especialistas revelam que é nas páginas de relacionamento que acontecem 80% dos casos de pedofilia pela internet.

Mais um caso suspeito de pedofilia que veio a público. Em Americana, no interior de São Paulo, ao investigar a denúncia de uma mãe, a polícia descobriu que um computador de uma escola particular, em Marília, continha arquivos relacionados à pornografia infantil.

Segundo a polícia, o computador era usado apenas pelo diretor da escola. Ninguém foi preso.

Só em fevereiro desse ano 5.148 denúncias de pornografia envolvendo crianças chegaram a ONG Safernet. Quase 1,9 mil ocorreram em sites de relacionamento.

“A internet hoje funciona como um veículo de aproximação entre o pedófilo e o menor de idade. Antigamente aqueles pedófilos que não tinham coragem de se expor agora tem mais um canal facilitador de comunicação”, diz Gisele Truzzi, advogada especialista em direito digital.

Até novembro do ano passado, quando foi sancionada a lei de combate à pedofilia pela internet, possuir arquivos com esse conteúdo não era considerado crime, uma omissão que fragilizou a defesa das principais vítimas, as crianças, e que aparece nas estatísticas oficiais.

De acordo com a Polícia Federal, em dez anos, apenas 649 inquéritos foram abertos para investigar a aquisição ou a distribuição de material pornográfico pela rede de computadores e desses só em 134 a polícia conseguiu indícios de que houve crime.

A chefe da divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal diz que as empresas provedoras de acesso à internet precisam cooperar mais com as autoridades:

“Alguns provedores ainda não tem esse arquivo para nos fornecer e, muitas vezes, o que acontece é a dificuldade em obtermos esses dados que estão cadastrados com as empresas”, diz Leila Vidal, delegada da Polícia Federal.

A Polícia Federal defende a aprovação de uma lei que obrigue os provedores a monitorar melhor a navegação na internet, mas reforça que esse controle não dispensa outros cuidados.

“A proteção da criança e do adolescente é um dever de todos. A gente precisa, realmente da sensibilização dos familiares, que não tenham vergonha de denunciar”, diz a delegada.

Em nota, a Associação dos Provedores de Acesso à Internet informou que em 2005 assinou com o Ministério Público de São Paulo um termo de cooperação para o combate à pedofilia e que as operações realizadas pela polícia contam com informações fornecidas à Justiça pelos provedores.

Conversamos sobre esse assunto, no estúdio, com Dalka Ferrari, psicóloga e coordenadora do Centro de Referência às Vítimas da violência do Instituto Sedes Sapienciae.

A partir de que idade os pais devem falar com os filhos sobre sexo ? Como explicar a diferença entre carinho e abuso. Como não deixar as crianças paranóicas ? Quais são as alterações de comportamento mais freqüentes das crianças. Como identificar uma criança que foi abusada e como identificar um pedófilo?.

O acesso ao mundo virtual é cada vez mais facilitado. Como os pais devem fazer o controle do que seus filhos estão vendo, com quem estão falando sem cercear a liberdade?

Se tudo é conversado desde sempre, há algum risco das crianças esclarecidas serem ludibriadas ? Estas e outras questões confira no vídeo.

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