segunda-feira, 31 de março de 2014

PREMONIÇÃO


Premonição pode ocorrer através de sonho, vidência, intuição e pressentimento.
Você alguma vez teve um sonho que se tornou realidade? Pois é, já aconteceu comigo algumas vezes. Assim, resolvi escrever em quatro capítulos as premonições que tive através de sonhos. As mais fortes foram quatro, por isso, escreverei um capítulo de cada vez.

PREMONIÇÃO

Capítulo I

A minha avó por parte de mãe faleceu antes do meu nascimento e a por parte de pai faleceu quando eu tinha pouco mais de um ano de idade, razão pela qual, só as conheci através de fotos. Cresci sem nunca ter sonhado com elas, acho que a falta de contato contribuiu para isso.

Era início do mês de dezembro e, naquele ano, a minha família iria passar o Natal e o Ano Novo em uma casa que tínhamos na Região dos Lagos. Ocorre que, como eu estava de férias, resolvi ir antes com meu irmão mais novo e uma amiga. Já estávamos na casa de praia há duas semanas quando tive o sonho premonitório.

Sonhei que chegava em casa e a minha avó por parte de pai estava lá, eu ficava tão feliz por ter avó que exclamava:

-Que bom eu tenho avó, eu tenho avó!

No sonho, eu a via com perfeição, exatamente como nas fotos. Após essa exclamação, por alguma razão que, mesmo no sonho não aparecia qual era, eu tinha que dar uma saída. Eu me dirigi a minha avó e falei que eu ia sair e voltava logo. No sonho não aparecia aonde eu fui, aparecia eu retornando, chegando em casa e percebendo que a minha avó não estava mais lá. Imediatamente, eu interroguei a pessoa que estava na minha casa se ela sabia onde estava a minha avó, eu não lembro quem era essa pessoa. A pessoa respondia que a minha avó estava no CTI.

Não sei como, sonho tem dessas coisas, de repente eu estava numa sala de um Hospital, da qual ao lado, era o CTI. A metade da parede do CTI era de vidro e, através dela, eu vi a minha avó deitada sendo tratada por uma enfermeira. Havia uma porta na sala do CTI que dava para sala em que eu me encontrava; na frente desta porta estava uma mulher branca, de cabelos negros e longos, o comprimento dos cabelos ultrapassava a cintura, vestia um avental branco daqueles que são utilizados para fazer exames. Esta mulher caminhava de um lado para o outro na frente dessa porta.

A enfermeira que estava medicando a minha avó dentro do CTI, abriu a porta e saiu levando na mão uma bandeja de inox com alguns instrumentos, entre eles, uma seringa. Nesse momento, a mulher de cabelos longos enfiou a mão no bolso do avental, retirou uma tesoura, sem a ajuda da outra mão, cortou os cabelos numa única tesourada e, os cabelos voaram para dentro do CTI onde estava a minha avó. A enfermeira ao perceber o que havia ocorrido, voltou correndo para dentro do CTI ao mesmo tempo em que exclamava:

-Contaminou! Contaminou!

Ao adentrar no CTI, pegou a seringa que estava na bandeja e começou a aplicar uma injeção na minha avó que, como num desenho animado, foi sendo sugada pela seringa até desaparecer totalmente. A enfermeira então, colocou a seringa na bandeja e saiu tranqüilamente pela porta como se nada tivesse acontecido.

Nesse momento do sonho, dei um pulo na cama e acordei gritando papai. Minha amiga que dormia na cama ao lado acordou assustada com o meu grito. Contei o sonho para ela e o meu temor de que algo pudesse estar acontecendo com o meu pai. No dia seguinte, apesar da insistência da minha amiga para que ficássemos, resolvi voltar para casa.

Assim que cheguei em casa encontrei meu pai reclamando de uma dor no ombro. Não seria motivo para eu me angustiar, pois ele sofria de bursite e, volta e meia, tomava analgésicos para aliviar a dor. Entretanto, à noite, a dor se agravou e ele resolveu ir ao médico naquela mesma noite.

Ao chegar no médico foi questionado quando havia feito o último exame de sangue e se era diabético, eis que, iriam aplicar-lhe, para passar a dor, uma injeção cujo um dos componentes era a glicose. Meu pai respondeu que devia ter mais ou menos um ano que havia feito o último exame e que não era diabético. Diante destas respostas, a injeção foi aplicada.

Logo após a aplicação da injeção, meu pai começou a passar mal, foi internado, entrou em coma, foi para o CTI e faleceu alguns dias depois. Foi constatado, através de exames feitos no Hospital, que ele era diabético. Posteriormente, pudemos constatar que o último exame de sangue que meu pai havia feito já tinha quase dois anos e não um ano como ele acreditava ter.

Fiquei me culpando durante longo tempo por não ter percebido que, o sonho era um aviso para que meu pai não tomasse injeção com glicose sem fazer exame de sangue. Só percebi a mensagem do sonho, qual seja, a minha avó ter desaparecido numa seringa, depois que meu pai faleceu vítima daquela injeção.

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