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A Geração Y, também chamada geração do milênio ou geração da Internet[1] , é um conceito em Sociologia que se refere, segundo alguns autores, como Don Tapscott[2] , à corte dos nascidos após 1980 e, segundo outros, de meados da década de 1970 até meados da década de 1990, sendo sucedida pela geração Z.
Essa geração desenvolveu-se numa época de grandes avanços tecnológicos e prosperidade econômica, e facilidade material, e efetivamente, em ambiente altamente urbanizado, imediatamente após a instauração do domínio da virtualidade como sistema de interação social e midiática, e em parte, no nível das relações de trabalho. Se a geração X foi concebida na transição para o novo mundo tecnológico, a geração Y foi a primeira verdadeiramente nascida neste meio, mesmo que incipiente.
É importante notar que não existe geração Y no campo, se a natureza da renda da família e da cidade estão relacionadas a um histórico de trabalhos braçais e tradicionais, rurais, ou tradicionais manufatureiras.
Há uma diferença significativa entre as modalidades de prosperidade econômica e níveis de interação material mundiais, quando comparadas as duas gerações (x e Y). Na primeira, a quantidade de elementos lúdicos, de brinquedos, artefatos e eletrodomésticos ou qualquer nível de produto na cadeia social é muito menor que na segunda, e em contrapartida, mais duradouro e predisposto à manutenção ao invés do descarte e atualização (update).
A dinâmica da manutenção e reciclagem econômicas foram dramaticamente alteradas na virada do milênio, encabeçadas por potências como o Japão e Tigres Asiáticos e EUA, onde o ciclo econômico de reciclagem e descarte passaram a fazer parte do circuito econômico de produção local, por necessidade ambiental ou retorno financeiro. Simultaneamente, a natureza da efemeridade dos programas computacionais e a lógica da indústria de softwares induziram também fortemente, o conceito de descarte e atualização. De forma complementar, o desenvolvimento da indústria automobilística entrou no patamar de configuração dos veículos, também por questões de reciclagem e descarte que alimentariam a cadeia produtiva desde a fonte, em termos de reduzir a espessura das latarias e materiais em função da absorção de impactos em colisões. Este elemento, de origem investigativa com base em pesquisas de colisão com modelos e bonecos, por si só inseriu em parte a necessidade de redução da resistência mecânica e portanto, durabilidade material das latarias, fato perceptível no senso comum da população.
Estas diferenças econômicas produziram, com efeito, uma geração familiarizada com a baixa durabilidade e efemeridade dos produtos. Neste novo ambiente volátil, onde podemos assistir a queda de diversas profissões e a relativização de outras, a lógica do trabalho até então conhecida das profissões e carreiras adquiriu novo significado e grau de comprometimento.
A geração Y foi desta forma, superexposta a novo nível de informação, afastada dos trabalhos braçais e sobrecarregada de "prêmios" e facilidades materiais em troca de pouco ou nenhum esforço. Em parte este processo ocorreu devido a uma aparente compensação a partir dos pais, originários da geração X, possivelmente tentando compensar a lacuna material pelo qual podem ter passado, se comparadas as prosperidades econômicas da geração X com a da Y. Ao mesmo tempo, possivelmente tentando viver um nível de materialismo econômico através de seus filhos e netos.
Eles cresceram vivendo em ação, estimulados por atividades, fazendo tarefas múltiplas[3] . Acostumados a conseguirem o que querem sem esforço ou prazos consideráveis, não se sujeitam às tarefas subalternas de início de carreira e desejam salários ambiciosos desde cedo, em geral com a suposição de que conhecimento e currículo técnico tornam desnecessários outros atributos profissionais. É comum que os jovens dessa geração troquem de emprego com frequência em busca de oportunidades que ofereçam mais desafios e crescimento profissional, ou em função de uma evasão de dificuldades típicas de muitas carreiras. A discrepância na percepção do significado sobre o trabalho e carreira é evidente em diversos foruns na internet, onde se pode observar o confronto de gerações e o discurso divergente, em geral, criticando a postura da geração Y como "sem interesse" e diversos outros adjetivos.
Uma características básica que define esta geração é a utilização de aparelhos de tecnologia, como telefones celulares de última geração, os chamadossmartphones (telefones inteligentes), para muitas outras finalidades além de apenas fazer e receber ligações como é característico das gerações anteriores[4] .
A geração Y, também conhecida por Millennials, representava, em 2012, cerca de 20% da população global[5] . Cresceram num mundo digital e estão, desde sempre, familiarizados com dispositivos móveis e comunicação em tempo real, como tal são um tipo de consumidores exigentes, informados e com peso na tomada de decisões de compra. São a primeira geração verdadeiramente globalizada, cresceram com a tecnologia e usam-na desde a primeira infância. AInternet é, para eles, uma necessidade essencial e, com base no seu acesso facilitado, desenvolveram uma grande capacidade em estabelecer e manter relações pessoais próximas, ainda que à distância[6] . A tecnologia e os dispositivos móveis (tablets e smarphones) em particular, criaram condições para osMillennials ligarem-se e comunicarem entre si como nenhuma outra geração o tinha feito anteriormente[5] , permitindo partilhar experiências, trocar impressões, comparar, aconselhar e criar e divulgar conteúdos, que são o fundamento das redes sociais.
Os Millennials têm a expectativa de ter informação e entretenimento disponíveis em qualquer lugar e em qualquer altura. Alch (2000)[7] afirma mesmo que eles têm que sentir que controlam o ambiente em que estão inseridos, têm que obter informação de forma fácil e rápida e têm que estar aptos a ter vidas menos estruturadas.
Enquanto grupo crescente, têm se tornado o público-alvo das ofertas de novos serviços e na difusão de novas tecnologias, muitas vezes em função da reciclagem e revenda de produtos praticamente idênticos, através do imaginário da necessidade absoluta de atualização de software e/ou hardware, como ícone de condição de inserção social e econômica.
As empresas desses segmentos visam a atender essa nova geração de consumidores, que constitui um público exigente e ávido por inovações[8] . Aparentemente e as vezes preocupados com o meio ambiente e as causas sociais, têm um ponto de vista diferente das gerações anteriores, que viveram épocas de guerras e desemprego.
Mas se engana quem pensa que na Geração Y tudo são só flores. Nascidos numa época de pós-utopias e modificação de visões políticas e existenciais, a chamada Geração Y cresceu em meio a um crescente individualismo e extremada competição. Não são jovens que, em geral, têm a mesma consciência política das gerações da época contracultural. E também, como as informações aparecem numa progressão geométrica e circulam a uma velocidade e tempo jamais vistos, o conhecimento tende a ser encarado com superficialidade. [carece de fontes].
A geração Y desenvolveu-se num contexto macroeconômico pós guerra fria, onde as dicotomias extremas foram dissolvidas (com simbologia principal a queda do muro de Berlim) e os partidos multiplicaram-se e assimilaram características dos outros, tornando a percepção desta geração, com relação a que posicionamento tomar, mais complexa e sem base que a da geração X. A dinâmica sócio politica e econômica e a efemeridade dos elementos sociais em geral produziu um solo ideológico instável e flexível, de forma que o partidarismo, acompanhado pelo estímulo do liberalismo ao consumo e a exclusão das ideologias em função do consumo, tornaram-se pouco nítidos a esta geração.
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